
São João Batista, como legitimo representante da Antiga Tradição, nasceu da velha mulher no berço sacerdotal de Zacarias e Isabel, enquanto que Jesus, o Grande Transmissor da Nova Tradição, veio ao mundo pelo ventre da menina celestial, da mesma extirpe de David, o antigo rei dos Filhos de Israel. E, ambos foram anunciados pelo divino Gabriel, como confirmação da possibilidade da evolução da humanidade.
Um bradou, lançando sobre os homens – como as águas que descem dos céus – o balsamo da conversão, que propôs o arrependimento, como fruto da compreensão da necessidade de todos se relacionarem como irmãos. O outro se ofereceu como caução, num ato de mortificação, para a salvação do Mundo e redimindo, assim, os pecados do homem primordial, ensinando a todos o caminho da verdadeira Reconciliação.
Eles foram quase irmãos. Completaram-se por suas ações e promoveram efetivamente, entre o humano e o divino, a Eterna Aliança da Salvação.
Um trouxe a Água da Purificação e propôs, em ato simples, a conversão. Enquanto o outro trouxe a mensagem, que possibilitou aos homens trilhar conscientemente um novo caminho na busca da perfeição.
Neste momento de reverência a João, o batizador, possam todos, plenos de gratidão, reconhecer seus semelhantes como verdadeiros irmãos.
José Paulo Ferrari