Por Cris Marques
Arquivo pessoal e banco de imagens
Ter um cabelo e um couro cabeludo saudáveis vai muito além dos cuidados básicos com a cabeleira: é preciso saber como lavar, hidratar e, principalmente, que tipo de produto usar. E quando o assunto é lavagem, muita gente não sabe como fazer o procedimento correto ou o que é melhor para seu tipo capilar, o que resulta em raízes oleosas e fios pesados e ressecados. E foi para evitar esses desagradáveis efeitos que a cabeleireira inglesa Lorraine Massey criou as técnicas low poo (pouco xampu) e no poo (sem xampu), indicadas especialmente para as cacheadas e/ou crespas, mas eficaz também para as lisas.
Marcelo Brito, hairstylist do Studio Tez, explica que esses métodos cuidam sem a agressão química, o que pode melhorar os cabelos danificados e secos. “Para o low, é permitido apenas xampus que são feitos com ingredientes diferenciados; já o no poo exclui esse item anterior, mas permite condicionadores, cremes, máscaras e outros. Ambas as técnicas utilizam compostos mais saudáveis, como a queratina e as ceramidas, e excluem qualquer derivado do petróleo; isso porque, apesar de conferirem maciez, criando uma película impermeável, eles não conseguem penetrar nas camadas mais profundas, podendo ocasionar até entupimento dos poros capilares”. O sulfato, um tipo de detergente presente na maioria dos xampus, também não faz parte da composição permitida. “Eles retiram a gordura natural, ressecando os fios e o couro cabeludo. Isso acaba gerando um círculo vicioso: a glândula sebácea começa a produzir mais gordura para suprir a oleosidade que foi retirada”.
Para fazer a cabeça
Para começar, Marcelo Brito indica a busca por informação e a leitura dos rótulos dos produtos, a fim de garantir a ausência de emulsionantes, silicones, parafina líquida, derivados de petróleo e sulfato. No caso desse último, ele ainda faz um alerta. “Muitas marcas não especificam a quantidade desse composto na fórmula. Então, a dica é: quanto mais espuma o xampu fizer, mais sulfato ele tem”. Já com relação à aplicação, ele afirma que ambas as técnicas exigem os mesmos cuidados que uma lavagem normal; a única recomendação é usar a água mais para fria do que para quente. “Indico lavar os fios de acordo com a necessidade da raiz. O ideal é que seja a cada três ou quatro dias. No low, a pessoa pode usar o xampu vegetal de camomila, da Sal da Terra, ou a linha Botica Cachos Perfeitos, da Bio Extratus. Para o no poo, o indicado é o Clear Conditioner, um condicionador de limpeza, que faz o trabalho do xampu e condiciona, excelente para cabelos cacheados, grossos e com volume e que também funciona para lisos volumosos”.
Low: descomplicado e eficaz
Raysa França Pereira do Carmo (última foto), mineira, estudante de ciências sociais e uma das blogueiras à frente do Cacheia, usa a técnica low poo desde 2013 e aprova os resultados. “Optei por ela, pois achei acessível e com produtos mais fáceis de encontrar do que o no poo. Na época, achei também psicologicamente mais aceitável utilizar xampus diferentes dos que estava acostumada, com menos frequência, ao invés de aboli-los completamente”. Apesar de fazer parte de um site sobre o assunto, ela assume ser um pouco desencanada com os cuidados diários dos cachos e, por isso mesmo, adorar tratamentos novos e eficazes. “Não acho muito interessante ‘perder’ um tempo precioso, semanal ou diário, com cronograma capilar ou finalizações complicadas e o método permite que eu mantenha a oleosidade natural nos meus fios, sem necessidade de um monte de hidratações ou produtos caros para ‘repor nutrientes’. Agora, quando viajo, por exemplo, carrego uma quantidade bem limitada de produtos: um xampu, um condicionador e um creme de pentear. O que nos leva a outra vantagem: é uma técnica para todos os bolsos. O meu creme mesmo custa cinco reais e meu cabelo não fica ressecado e, além de ser liberado para low, é vegano; mas também é possível apostar em produtos mais caros e profissionais”, finaliza.
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