Quando de sua recente visita a Guarulhos, o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes, agora filiado ao PDT, pelo qual pretende ser candidato à Presidência da República, concedeu entrevista a órgãos de Imprensa de Guarulhos.
Indagado sobre a Reforma da Previdência, respondeu que a questão é matemática e não apenas política. Disse que, com a crescente expectativa de vida da população, é impossível manter o atual modelo da Previdência Social, porque a cada ano reduz-se proporcionalmente o número de pessoas contribuindo com o INSS em relação ao número de aposentados.
Segundo ele, chegará o momento em que essa realidade terá de ser enfrentada, que não adianta tentar tapar o Sol com a peneira, porque os números são absolutos, o modelo em vigor não se sustenta. Ele citou que nenhum país mantém um sistema de previdência onde se aposenta tão cedo e que é preciso ter coragem para assumir esse posicionamento.
Contraponto
O PDT tem como principal base de sustentação os sindicatos de trabalhadores, como o dos Metalúrgicos de Guarulhos, cujos integrantes foram anfitriães da vinda de Ciro Gomes a Guarulhos, evento que teve como motivo principal o lançamento da pré-candidatura de José Pereira dos Santos, presidente dos Metalúrgicos, à Prefeitura de Guarulhos, pelo PDT.
Os sindicatos têm feito manifestações, incluindo idas coletivas a Brasília, para combater as mudanças na Previdência pretendidas pelo governo federal, embora o PDT faça parte da base de apoio da presidente Dilma. Na ótica sindical, as alterações cogitadas retiram direitos dos empregados.
Eis aí um ponto-chave que coloca em campos opostos Ciro Gomes e os movimentos que patrocinaram sua entrada no partido.
Valdir Carleto