Compreender as necessidades da criança com deficiência, oferecendo um atendimento humanizado que rompe as barreiras da aprendizagem. Essas são algumas das características do trabalho desenvolvido pelos professores que atuam no Atendimento Educacional Especializado (AEE), nas Escolas da Prefeitura de Guarulhos. Atualmente, 50 unidades escolares do município aderiram a esse projeto, com profissionais formados especificamente para o apoio pedagógico aos alunos com deficiência ou Transtorno do Espectro Autista.
Uma das profissionais que atuam na AEE é a professora Adriana Maximo dos Reis, de 40 anos. Oferecendo sensibilidade, delicadeza, carinho e o amor que os alunos que necessitam para se desenvolver, desde 2016 Adriana atende crianças no polo de AEE da EPG Dolores Gilabel Hernandes Pompeo, no Parque Continental II e também em outras duas unidades escolares da Prefeitura do polo Casemiro de Abreu e Mario Quintana.
De acordo com Adriana, além da aptidão dos profissionais, os recursos materiais também são fundamentais ao bom andamento do trabalho. “Os recursos das salas equipadas com recursos essenciais à aprendizagem e ao desenvolvimento cognitivo dos alunos da Educação Especial potencializam o atendimento, pois nelas as crianças encontram todo o suporte do qual necessitam. Isto também auxilia os professores em suas práticas pedagógicas e as famílias para que possam colaborar com a aprendizagem de seus filhos”, enfatiza Adriana ao se referir ao empenho da gestão, com a criação da sala de AEE.
Relação de confiança
No atendimento ao aluno Lucas Limming, de 6 anos, com paralisia cerebral, a professora Adriana conta também com o apoio da estagiária de enfermagem, Bruna Carolayne Neves da Silva, do projeto “Na Diferença se Faz e se Aprende”, que auxilia na alimentação por sonda, higienização, posicionamento correto do corpo, além de massagens por conta do longo tempo que a criança passa sentada na cadeira de rodas.
“Muitas vezes, a escola é o único espaço no qual o aluno atendido pelo AEE tem contato com outras crianças. Essa conexão é muito importante, pois no olhar das crianças não existe preconceito, mas sim uma aproximação acolhedora. Recentemente, um aluno ficou chateado porque o Lucas não podia comer o bolo do seu aniversário, então a gente explica com muito carinho, para que eles possam compreender as limitações de cada um”.
A professora acrescenta que um dos desafios é descobrir maneiras de se comunicar com a criança, além da fala: “Orientamos os alunos que o ‘sim’ pode ser representado por um sorriso; já o ‘não’, estamos analisando qual será a melhor forma, se é pela expressão da sobrancelha, ou outra expressão para que a criança possa assimilar a negação”, explica Adriana.
“Na Diferença se Faz e se Aprende”
O projeto, realizado em parceria com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e a Secretaria Municipal de Educação de Guarulhos por meio da Divisão Técnica de Políticas para Diversidade e Inclusão Educacional, conta com a participação de estagiários do curso de Pedagogia e estagiários do curso de Enfermagem de diversas universidades.
A iniciativa busca integrar e ampliar o apoio à inclusão escolar, contribuindo na garantia da permanência e da qualidade da educação dos alunos com deficiência e transtornos globais de desenvolvimento, em especial aqueles com condição de dependência para fazer atividades diárias.