Tivemos neste domingo a confirmação de mais um feminicídio. Mariza dos Anjos, de apenas 34 anos, foi assassinada pelo noivo, Cléber Juventino Aparecido. Estavam namorando há 4 meses e a família dela estranhou que tão rapidamente tivessem ficado noivos, mas nada tinham contra ele, que é morador de Guarulhos. Ela residia e trabalhava como recepcionista na zona Norte de São Paulo.
No dia 10 de fevereiro, ele foi buscá-la no trabalho. Depois os dois foram vistos na boate La Honda, no início da avenida Guarulhos. Tomaram um drinque e saíram. Depois ele voltou sozinho à casa noturna, onde já havia trabalhado como segurança. Desde então, os dois estavam desaparecidos.
O programa “Cidade Alerta”, da TV Record, vinha acompanhando o caso. Há alguns dias, uma telespectadora viu Cléber em Alagoas e o reconheceu. Diante da repercussão, ele resolveu voltar para São Paulo. Na madrugada deste domingo, policiais civis abordaram o ônibus no qual ele viajava e lhe deram voz de prisão. Ele não resistiu e teria confessado, informalmente, ter matado Mariza e jogado o corpo na represa de Nazaré Paulista. A notícia foi divulgada pela página “Voz de Guarulhos”, do jornalista Rodrigo Sousa.
Diz uma música de Roberto Carlos: “Não importam os motivos da guerra; a paz ainda é mais importante do que eles”.
Qualquer que seja a explicação que Cléber pode dar, nada justifica. Nenhuma falta que Mariza tivesse cometido, nada justifica. Ainda que ela o tivesse traído, nada justifica.
Ninguém é dono de ninguém! Ninguém tem direito de agredir ninguém, nem de ofender, menos ainda de matar.
Quando é que os homens irão entender isso? Quanto se tocarão que as mulheres não são propriedade deles?
Não serão leis que mudarão esse quadro. Assassinatos são puníveis com muitos anos de cadeia. Se cometidos por motivo banal, a pena é agravada. Se cometidos contra pessoas vulneráveis, que não tenham condições de se defender, também. Portanto, o problema não é falta de leis. É falta de consciência.
É preciso haver uma campanha massiva de conscientização, a começar pelas escolas, ensinando aos meninos pequenos que as mulheres precisam ser, acima de tudo, respeitadas. Esse tema tem de ser repisado dia após dia nas famílias, nas igrejas, nos clubes, no comércio, nas ruas, na Imprensa. Chega de violência contra a mulher!
E aqui vai um alerta às mulheres: percebam com que tipo de homem estão lidando, antes de engatar um romance. Ainda que eles procurem disfarçar, mostrar-se carinhosos, deve ser possível pesquisar, com vizinhos, com ex-namoradas; avaliar as atitudes, como se comportam profissionalmente, socialmente. Quem demonstra ser mau caráter nos negócios, no ambiente de trabalho, na escola, dificilmente será boa companhia para uma mulher. Na dúvida, evite. Homens de comportamento possessivo, agressivo e violento raramente mudam de atitude. Na dúvida, evite!! É muito melhor ficar sozinha do que namorar alguém que irá maltratá-la, ofendê-la, machucá-la ou até matá-la. Valorize-se, previna-se, proteja-se!
Basta de violência!
Valdir Carleto