Na segunda-feira, 16/5, faleceu a fotógrafa e ativista cultural Marina Pinto. Ela se definia como artista multimeios, termo que buscaria resumir tudo que fazia e buscava fazer nas lidas culturais, pois foi também cineasta, desenhista, produtora cultural e curadora de arte.
A Aapah (Associação Amigos do Patrimônio e Arquivo Histórico de Guarulhos) postou nas redes sociais uma homenagem a Marina, na qual enumera alguns dos feitos da multiartista, que foi colaboradora ativa da Associação. “Foi também uma guerreira da Cultura daquelas incansáveis. Enfrentou verdadeiras batalhas nesses mais de trintas anos de atuação na área cultural da cidade. Foi boicotada, perseguida, mas tinha algo mais forte que a mobilizava, a luta pela Cultura de Guarulhos. Deixa como legado uma série de ações, sendo a principal delas ter batalhado para a efetivação do Plano Municipal de Cultura”, escreveu o professor Elmi Omar. Citou que ela, além de participar das caminhadas, lecionou em oficinas de fotografia, fez a arte de dois livros da Aapah e dividiu algumas lives com membros do grupo. “Era uma entusiasta para quando o desânimo batia. A dobradinha que fez com a saudosa Araci Borges foi épica no Arquivo Histórico e durante anos encontrar as duas ali era uma certeza”, completou.
Moradora de Bonsucesso, produziu fotografias que compuseram o documentário “Terra de Fé”. Uma das suas últimas postagens foi um convite para um bate-papo no Centro Cultural da Carpição.
Na opinião de Bosco Maciel, escritor, folclorista, membro da Academia Guarulhense de Letras, Marina Pinto foi uma guerreira. “Uma grande lutadora pela Cultura de Guarulhos, nunca saiu da frente de batalha. Sua atuação no Conselho Municipal de Cultura será sempre lembrada, bem como seu empenho em registrar as festas em louvor de N. Sra. de Bonsucesso”, disse. “A classe artísticas de Guarulhos tem em quem se espelhar. Que sua coragem nos sirva de exemplo nas muitas batalhas que se avizinham. Dói em nosso peito sua perda, mas ela permanecerá em nossos corações”, concluiu.
Janaína Reis postou: “Ela amava Guarulhos, era o que sempre dizia. Hoje perdemos um pedaço, Guarulhos está de luto, a cultura está de luto”.
“Passa um filme na cabeça sobre nossa juventude no Espaço Cultural Florestan Fernandes e um rolo compressor no peito. A mulher das plantas, dos bichos, das pessoas, da nossa Bonsucesso. A mulher do sorriso lindo, da luta pela cultura, da vontade de ter por perto por muito, muito mais tempo”, escreveu Yolanda Castro.
Em postagem na qual relatava estar doente, ilustrando com foto mostrando estar internada, Marina Pinto escreveu no dia 13 de maio:
“Carlão do Samba do Sino me chama “guerreira da Cultura”, mas sempre guerras pela coletividade. Essa é uma batalha pessoal… mas jamais sozinha. Obrigada a todos pelas mensagens que não consigo responder todas. Mas já já tô de volta aos bons papos e à guerra da cultura”.
O corpo de Marina Pinto está sendo velado no Cemitério de Bonsucesso e o sepultamento previsto para as 11h desta manhã.