O corpo do ex-vereador Edson Albertão foi velado das 20h à meia-noite de terça-feira, 24/5, no Plenário da Câmara Municipal de Guarulhos, na Vila Augusta.
Tendo exercido três mandatos legislativos, de 1997 a 2008, Albertão assumiu esporadicamente em momentos anteriores, quando estava na suplência do PT. Chegou a candidatar-se a deputado e, em 2016, a prefeito de Guarulhos, pelo Psol.
Professor de Artes Plásticas, Edson Antonio Alberton exercia nos últimos anos a função de diretor de escolas municipais. Na segunda-feira, 23, estava indo trabalhar dirigindo motocicleta, em Cumbica, quando sentiu-se mal e caiu do veículo, batendo a cabeça. Foi socorrido inicialmente na UPA Cumbica e, diante da gravidade do quadro, foi transferido para o Hospital Pimentas-Bonsucesso, onde veio a falecer durante a madrugada de terça-feira.
Em seu velório, ao qual compareceram personalidades das mais diversas correntes políticas e de movimentos populares, incluindo o prefeito Guti, o ex-prefeito Elói Pietá, o deputado federal Alencar Santana e o ex-deputado Orlando Fantazini, recebeu inúmeras homenagens. O padre Antonio Carlos Frizzo fez orações e leu texto do Evangelho cujo conteúdo entendeu ser pertinente à personalidade combativa do falecido amigo. Frizzo também contou passagens que viveram juntos, ainda no início dos anos 1980, em embates com setores conservadores e na defesa de direitos para as classes menos favorecidas. Relatou, inclusive, momento em que Albertão chegou a ser detido, por enfrentar policiais que interromperam manifestação da qual estava participando.
Vários outros oradores relembraram situações nas quais Albertão reiteradamente colocou-se em confronto com poderes estabelecidos, combatendo a corrupção e declaradamente defendendo seus ideais socialistas, os quais nunca abandonou. Muitos citaram debates calorosos que tiveram com o político, ressaltando que sempre encontraram em Albertão, mesmo na discordância de ideias, um opositor idealista, coerente e respeitoso com o contraditório, ainda que não abrisse mão de colocar energia em sua fala, sem a preocupação de ser simpático.
Alguns sucumbiram à emoção ao falar e praticamente todos citaram o quanto Albertão era estimado, por seu jeito debochado, brincalhão e humilde.
Ao final de cada fala, alguém clamava “Albertão!” e a plateia gritava “Presente!”, o que se tornou habitual entre adeptos da Esquerda como homenagem a vultos cuja perda querem enaltecer.
Na manhã desta quarta-feira, seu corpo seria cremado, na presença apenas dos familiares.