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Como funciona o golpe da consulta e dos óculos gratuitos

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O Procon proibiu a rede de óticas que utiliza o nome fantasia “Óculos Solidário” de utilizar imagens de órgãos públicos em sua propaganda.

O projeto “Óculos Solidário” vinha usando imagens de UBSs, UPAs, Poupatempo e outros espaços públicos (foto), com a intenção de parecer para quem visualiza a postagem que o projeto tivesse vínculo com o governo e que a pessoa teria a oportunidade de fazer o exame de vista gratuito, além de não pagar pela armação dos óculos.

Há normas legais que proíbem que médicos oftalmologistas tenham sociedade com estabelecimentos que vendam lentes. Ainda assim, é comum haver algum tipo de ligação entre clínicas e óticas. O projeto Óculos Solidário, por exemplo, cita em seu próprio site (figura abaixo) que tem parceria com a Clínica Saúde Visual, cujas dez unidades geralmente ficam no mesmo prédio ou nas proximidades. Há outros projetos que usam táticas parecidas, como o Bolsa de Óculos.

Quando o usuário clica nas postagens que o induzem a achar que é algo gratuito, ele é encaminhado para o site, no qual precisa se cadastrar para saber mais. Assim, seus dados são repassados para uma central de atendimento, uma atendente entrará em contato e falará sobre o projeto. Há queixas, entretanto, de que o interessado pode vir a ter a consulta com um optometrista e não por médico oftalmologista. Fatalmente, o profissional que atender identificará um problema na visão da pessoa e dirá que ela precisa usar óculos.

 

Logo em seguida, a pessoa será levada até a ótica que fica do lado para ser atendida por um vendedor, que fará um segundo exame manual para identificar outros problemas na visão e, dependendo do nível de entendimento do interessado, acabará incentivando a compra de outro óculos ou armação mais sofisticada. Os anúncios nas redes sociais costumam ser impulsionados com direcionamento do público-alvo. O foco são clientes das classes “C” e “D”. Pessoas humildes e muitas vezes sem muita instrução acabam acreditando que o projeto vai lhes beneficiar, mas na verdade ao adquirir os óculos estarão se endividando, porque a consulta pode ter sido gratuita, a armação também, mas as lentes têm de ser pagas. Na maioria das vezes, os interessados precisam pagar em parcelas, o que faz com que o valor fique muito maior. Iludidos com uma prestação relativamente baixas, muitos acabam assumindo dívidas que os deixarão em dificuldade. Há várias queixas no Reclame Aqui nesse sentido, inclusive de casos em que o cliente acaba fazendo a compra por meio de cartão de crédito da ótica, que também cobra taxas de manutenção.

Por que a consulta precisa ser com médicos oftalmologistas?

Uma consulta com médico oftalmologista leva em consideração não apenas o momento, mas também o histórico do paciente e pode identificar a ocorrência de doença para a qual o uso de óculos não seja suficiente ou nem eficaz.

Além disso, é vedada a venda casada. Ou seja: a rigor, o médico não tem interesse na venda de óculos, ao contrário do profissional que tenha ligação com a ótica.

O espaço fica aberto para os estabelecimentos citados enviarem sua manifestação.

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