Michel Atie, um aluno do 1º ano do ensino médio na Escola Lumiar, transformou suas experiências pessoais em uma missão educativa. Aos 16 anos, ele não apenas fala sobre bullying, mas também compartilha as dores físicas e emocionais que as vítimas enfrentam, para sensibilizar os estudantes sobre os efeitos nocivos dessa prática.
Em suas palestras, Michel não hesita em enviar uma mensagem clara: “Não basta estar do lado da vítima de bullying; temos que nos posicionar contra a pessoa que está fazendo isso.” Ele ressalta a importância de erguer a voz contra o bullying, enfatizando o trauma que suas formas física e psicológica causam nas vítimas.
Os números não mentem: o bullying é uma realidade persistente nas escolas brasileiras. Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2018 revelam que três em cada dez alunos de 15 anos no Brasil sofrem bullying “algumas vezes ao mês”. Além disso, o estudo aponta que os jovens brasileiros são mais frequentemente alvo desse tipo de violência em comparação com a média dos países membros da OCDE.
Sentindo na própria pele
Michel não fala apenas teoricamente sobre o assunto; ele relata sua própria vivência. Aos 13 anos, enquanto lidava com comentários anônimos e provocativos devido ao seu sobrepeso, enfrentou um episódio grave de cyberbullying. As mensagens tornaram-se agressivas, incluindo insultos e ameaças direcionadas a ele e sua mãe. O impacto disso foi avassalador, levando Michel a um estado de ansiedade e crises de pânico.
“O cyberbullying foi pesado. Tinha um perfil fake no Instagram que me ameaçava de morte, e eu chorava demais, não sabia o que fazer”, conta Michel, evidenciando a intensidade do sofrimento que enfrentou.
Dando a volta por cima
Após ingressar na Escola Lumiar em 2022, Michel encontrou um espaço para compartilhar sua história. Suas palestras têm impactado profundamente os alunos, muitos dos quais se identificam com seus relatos, revelando que não estão sozinhos nessa luta.
Ele ressalta que o apoio das escolas é crucial no combate ao bullying. Ao elogiar a abordagem da Lumiar, que permite discutir questões delicadas como a gordofobia, Michel destaca a importância de instituições de ensino acolherem e endereçarem tais temas.
Michel Atie, por meio de sua coragem e empatia, está impactando positivamente a conscientização sobre o bullying e a necessidade de um ambiente escolar mais seguro e acolhedor para todos.
