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Número de transplantes em São Paulo atinge nível pré-pandemia

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O estado de São Paulo registrou 8.597 transplantes de órgãos em 2023, número que supera os níveis registrados antes da pandemia de Covid-19 e sinaliza uma recuperação que 2024 deve consolidar. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP), houve um aumento expressivo em relação a 2020, o ano mais impactado pela crise sanitária, quando foram realizados apenas 5.408 transplantes. Entre os procedimentos mais registrados em 2023, os destaques ficam com transplantes de córneas (5.659), rins (1.962) e fígado (732).

Essa retomada, que começou de forma tímida em 2021, quando o número de transplantes foi de 7.702, se consolidou nos anos seguintes, com 8.176 procedimentos em 2022. Até julho de 2024, 4.780 transplantes já foram realizados, apontando para mais um ano robusto na área.

Entre os hospitais que se destacam nesse cenário, a Santa Casa de São José dos Campos registrou crescimento no número de transplantes, principalmente nos últimos dois anos. Em 2022, a instituição realizou três transplantes renais, enquanto em 2023, esse número saltou para 28, um crescimento de mais de 800%. No mesmo ano, a Santa Casa contabilizou 34 transplantes hepáticos. Os números mostram que o hospital tem investido em estrutura e especialistas para a demanda crescente.

No período entre os dias 12 e 19 de agosto de 2023, por exemplo, a instituição realizou sete transplantes de órgãos, sendo quatro hepáticos e três renais. As cirurgias foram conduzidas pelas equipes lideradas pelos médicos Jorge Padilla, responsável pelos transplantes hepáticos, e Mário Bavaresco, que coordena os transplantes renais.

Mês de conscientização

 

Durante o mês de setembro, ocorre o Setembro Verde, uma campanha nacional de conscientização e incentivo à doação de órgãos e tecidos. A iniciativa, que é celebrada no Dia Nacional da Doação de Órgãos, neste 27 de setembro, tem como objetivo promover a importância da doação como uma forma de salvar vidas. O Brasil se destaca por ter o maior programa público de transplantes do mundo, com cerca de 95% dos procedimentos financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Isso garante aos pacientes assistência gratuita e integral, incluindo exames preparatórios, cirurgia e acompanhamento pós-transplante.

Apesar dos avanços, a doação de órgãos ainda enfrenta desafios. Um dos principais entraves é a recusa familiar por motivos particulares. Diante deste cenário, a campanha Setembro Verde tem como objetivo, além de informar a população, estimular o diálogo sobre o tema nas famílias para que a vontade de ser doador seja respeitada no momento adequado. De acordo com Danilo Stanzani Junior, diretor técnico da Santa Casa de São José dos Campos, “o gesto de doar órgãos pode trazer saúde, esperança e qualidade de vida para muitas pessoas, transformando a realidade daqueles que aguardam ansiosamente por um transplante”.

Ele também ressalta a importância do sistema nacional de transplantes e o papel fundamental da Santa Casa nesse processo.

“O sistema nacional de transplantes é um dos maiores e mais bem organizados do mundo. Para um hospital se tornar habilitado, é necessário atender a critérios rigorosos, e a Santa Casa já se consolidou como um dos principais centros de transplante do interior de São Paulo, graças à sua grande estrutura e equipe multidisciplinar altamente treinada. Isso facilita o acesso dos pacientes da região e eleva o padrão de qualidade dos serviços oferecidos”, avalia.

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