Especialistas têm alertado para os estragos que refrigerantes açucarados, dentre eles a Coca-Cola, podem fazer no sistema digestivo, desencadeando em problemas gastrointestinais e até mesmo em danos permanentes nesses órgãos, assim como a obesidade e a diabetes.
Esses perigos estão associados até mesmo aos refrescos diets. Apesar de não conterem açúcar, essas versões podem despertar o desejo excessivo por outros doces, o que está relacionado ao ganho de peso e condições de saúde como a diabetes.
Além disso, adoçantes artificiais — como o aspartame, presente na fórmula dos refrigerantes sem açúcar — podem originar complicações estomacais, como diarreia e constipação.
A Coca-Cola e várias outras marcas de refrigerantes também contêm ácido fosfórico na composição, um aditivo incolor cujo objetivo é tornar os alimentos mais ácidos e prevenir o crescimento de bactérias e mofo, já que eles podem se multiplicar rapidamente em bebidas açucaradas. Isso também dá a esses refrescos o sabor ácido e a textura efervescente.
O ácido fosfórico vem do fósforo, um mineral natural do corpo responsável pelo crescimento, manutenção e reparo de tecidos e células. Embora o fósforo seja necessário para essas funções, foi demonstrado que consumir muito dele esgota o cálcio do corpo, nutriente essencial para a saúde dos ossos e dos músculos.
Sem o cálcio, o indivíduo fica mais propenso a desenvolver condições como a osteoporose. Isso faz com que os ossos se tornem tão frágeis que podem chegar a quebrar.
Um estudo publicado na revista Nutrients descobriu que pessoas que aqueles que bebiam refrigerante todos os dias dobravam o risco de fraturas em comparação àquelas que não consumia a bebida. A pesquisa também demonstrou que o refresco irrita o revestimento do estômago por conta da alta carbonatação.
“Para aqueles com gastrite, úlceras, refluxo ácido e coisas do tipo, o ácido carbônico pode agravar os sintomas e causar desconforto, especialmente se você já sofre de inflamação crônica”, disse a enfermeira Nancy Mitchell ao site EatingWell.
Também foi demonstrado que refrigerantes açucarados reduzem o colesterol HDL (“bom”) e aumentam os triglicerídeos, um tipo de gordura na corrente sanguínea proveniente de alimentos como manteiga, óleos e outras gorduras.
Outro estudo, de 2020, publicado no Journal of the American Heart Association descobriu que adultos que bebiam refrigerantes com frequência tinham um risco 98% maior de níveis baixos de HDL e uma chance 53% maior de desenvolver triglicerídeos altos.
“Se o açúcar do refrigerante não for usado para atividade física, o fígado transformará o açúcar em gordura”, alertou o nutricionista Cesar Sauza ao EatingWell.
Em termos de danos ao fígado, um estudo descobriu que mulheres que bebiam, diariamente, um ou mais refrigerantes adoçados com açúcar tinham 85% mais chances de serem diagnosticadas com câncer de fígado durante esse período, em comparação àquelas que consumiam menos de um por semana, informou o Daily Mail.
Os consumidores diários de refrigerante, complementou o jornal, também tinham 68% mais probabilidade de morrer de doença hepática do que aqueles que bebiam três ou menos refrigerantes por mês.
No entanto, os pesquisadores observaram que o risco geral de morte ainda era muito baixo, com cerca de 150 mortes pela doença no estudo. Não houve correlação entre doença hepática e bebidas sem açúcar, como Coca-Cola Diet. No entanto, os refrigerantes diet podem ter seus próprios efeitos colaterais.
Em 2022, pesquisadores em Tel Aviv, Israel, e na Universidade Johns Hopkins, nos EUA, revelaram que participantes que consumiam os adoçantes artificiais aspartame e estévia, encontrados em bebidas dietéticas como a Coca-Cola Diet, podiam sofrer de má absorção de glicose-galactose. Essa condição dificulta a absorção de açúcares pelo intestino e pode gerar diarreia grave, desidratação e perda de peso.
Fonte: O Globo e agências internacionais