Não param de chegar mensagens dos mais diversos bairros de Guarulhos, com queixas relativas à falta de coleta de lixo domiciliar.
No sábado, 28, na região do Cocaia e Paraventi, por exemplo, houve a coleta e temos informações de que a coleta passou normalmente nos bairros em que é feita às terças, quintas e sábados, inclusive avançando na madrugada para dar conta de demanda.
No entanto, nos bairros em que a coleta domiciliar é feita às segundas, quartas e sextas, o problema continua e é grave. Munícipes apontam que cães danificaram sacos e há lixo espalhado nas calçadas, o que pode provocar o aparecimento de ratos e de insetos. Com as chuvas, também acúmulo de água e proliferação do mosquito da dengue. Lixo nas ruas é problema de saúde pública.
A título de ilustrar a gravidade da situação, vamos citar bairros cujos reclamantes confirmaram na manhã desta domingo que a coleta não foi feita na sexta nem no sábado. Como dia 1o., quarta-feira, já era previsto que não fosse feita, o lixo está acumulado há pelo menos quatro dias: Vila Galvão, Vila Rosália, Jardim Vila Galvão, Gopoúva, Torres Tibagi, Jardim Leda, Vila São Judas Tadeu, Parque Continental, Vila Augusta, Ponte Grande, Jardim Munhoz, Jardim Dourado, Cumbica, Vila Nova Cumbica, Parque Uirapuru, Jardim Santa Mena, Vila Izabel na região do Pimentas, Vila Barros, Jardim São Francisco, Jardim Teresópolis, Jardim Vermelhão, Tijuco Preto e Jardim Palmira.
Orquestra desafinada
Depois de oito anos à frente da Prefeitura, dificilmente poderia ser pior o desfecho da gestão Guti (PSD). Para a população que está sofrendo as consequências da falta de coleta, decorrente do atraso no pagamento do aterro sanitário, a imagem do lixo nas ruas é que ficará na memória como símbolo dessa gestão. Não importará para os moradores de todos esses bairros os esforços que o prefeito e sua equipe possam ter feito para buscar sanar os problemas da cidade.
Ninguém pode acusar Guti de não ter trabalhado. Quem teve o mínimo de proximidade com a administração municipal pode testemunhar que tanto ele quanto o secretário de Governo, Edmilson Americano, não pouparam horas de trabalho, desde cedo até a noite. Aliás, o mesmo pode-se dizer da equipe da Secretaria de Serviços Públicos, exatamente a que responde pela coleta do lixo e que tem à frente Rodnei Minelli. Porém, a complexidade dos problemas da cidade é tal que seria necessário que todos os setores atuassem harmoniosamente e com a mesma atenção e dedicação, assim como é com uma orquestra: basta que um músico desafine para que tudo desande. A impressão que se tem é que essa segunda gestão do prefeito Guti, a exemplo do que aconteceu com a de Sebastião Almeida, é de que cada naipe da orquestra estaria tocando sua própria música, cuidando dos próprios interesses, sem preocupação com o resultado coletivo, demonstrando falta de harmonia e de entrosamento.
Some-se a isso o fato de boa parte dos vereadores que constituíram a base da apoio de Guti ter-se bandeado para o lado do prefeito eleito, Lucas Sanches (PL), o que resultou na não aprovação do PPI (Programa de Parcelamento Incentivado), que carrearia recursos para os cofres municipais e permitiria que fossem saldados compromissos financeiros com os fornecedores em dezembro.
Some-se, ainda, a falta de transparência na Comunicação: diante do impasse decorrente da falta de pagamento do aterro, a Prefeitura deveria ter emitido um comunicado esclarecedor, relatando a verdade à população, citando que a Procuradoria estava recorrendo à Justiça, o que evitaria informações desencontradas, boatos e todo tipo de confusão compartilhada nas redes sociais.
Voltando à questão do lixo, que pelo menos nesta segunda-feira todos os esforços sejam concentrados para que a coleta seja feita em todos os locais onde há lixo acumulado. Para os próximos dias, só está programado que não haja coleta no dia 1o. de janeiro, recomendando-se que os moradores não coloquem o lixo para fora na quarta-feira, pois os resíduos nesses locais só serão recolhidos na sexta-feira.
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Valdir Carleto