Por Talita Ramos

Cães e gatos adoram provar um petisco entre as refeições, e no mercado há uma grande variedade de biscoitos, ossinhos e carninhas para saciar o bichinho. Mas, mesmo próprios para pets, em altas doses, estes alimentos podem causar danos à saúde. Os petiscos são classificados por espécie, faixa etária e porte do animal para o qual foi feito, mas não apresentam todas as propriedades nutricionais encontradas em rações. “Petiscos devem ser oferecidos esporadicamente para os pets. Não podem substituir a ração, a menos que o animal esteja debilitado ou tenha algum problema de saúde que necessite de uma alimentação especial, com alimentos medicamentosos. Neste caso, eles devem ser prescritos por um veterinário”, explica a médica veterinária Tatiane Szücs.

A ingestão desses alimentos deve ser controlada, pois existe uma quantidade certa a ser fornecida por dia. Para não errar, procure investir em petiscos naturais ou integrais e fique de olho na composição do produto. “Corantes fortes e artificiais podem fazer mal, assim como o alto teor de sal. Uma ração de boa qualidade é o primeiro passo para cuidar bem do seu pet. Não adianta agradar com petisco e dar uma ração ruim. O indicado é investir em ração super premium ou premium”, explica a médica.

Comida humana

Muita gente acha que é normal alimentar os animais com a mesma comida que ingere diariamente. Este é um erro que pode ser fatal. “Nosso amigo de quatro patas tem sensibilidade diferente da nossa e, por este motivo, ele nunca deve ganhar petiscos humanos como agrado. O excesso de sal encontrado na maioria dos salgadinhos, por exemplo, pode causar aumento na produção de urina, vômitos, depressão, tremores, febre e convulsões, podendo levar o animal à morte”, afirma Tatiane.

 

O ideal é optar por uma alimentação balanceada. Caso o animal seja totalmente intolerante aos ingredientes presentes na ração, ele pode ser alimentado com comida (humana) natural, porém com dietas rigorosas, prescritas por veterinários nutricionistas. Confira a lista de alimentos que podem ou não entrar na dieta de seu bichinho.

O que pode

Grãos: todos os tipos de farinha integral, arroz, cevada e aveia em flocos;
Frutas: maçã (sem sementes e talo), banana, blueberry, melão, melancia e pêra;
Vegetais: cenoura, mix de legumes congelados, ervilha, batata cozida e espinafre;
Ervas e especiarias (doses moderadas): canela, orégano, salsa, alecrim e extrato de baunilha;
Carnes: frango sem osso e sem pele, carne de boi em geral, suíno, peru, carneiro e filé de peixe;
Laticínios: queijos com pouca ou sem gordura, ovos e leite em pó;
Outros: óleo de canola, amido de milho, mel e melaço;

O que não pode

  • Bebidas alcoólicas: causam intoxicação, coma e morte;
  • Chocolate e café: contém teobromina e cafeína, podendo ser tóxicos e afetar o coração;
  • Gordura: afeta o pâncreas;
  • Ossos de peixe, frango e outros animais: podem causar obstrução e perfuração do sistema digestivo, levando a óbito;
  • Sal: em grande quantidade causa desequilíbrio eletrolítico;
  • Macadâmia: contém toxina desconhecida que afeta o sistema nervoso, digestivo e os músculos;
  • Cebola: contém sulfoxidos e dissulfetos que podem prejudicar as células sanguíneas e causar anemia;
  • Peixe cru: pode resultar na deficiência de vitamina B, gerando perda de apetite e morte;
  • Açúcar: pode causar obesidade, problemas dentários e diabetes;
  • Ovo cru: além de poder conter salmonela, tem uma enzima chamada avidina, que impede a absorção de vitamina B, e isso pode afetar a pele e o pêlo;
  • Fermento biológico: produz gases no sistema digestivo, causando dor e dilatação do estômago e intestino;
  • Uva-passa: Uma pequena quantidade de passas pode causar falência renal em seu cão em apenas 48 horas, levando à morte;
  • Batata, inhame, mandioquinha e cará (crus): apresentam solamina, uma toxina que pode deprimir o sistema nervoso central e causar distúrbios gastrointestinais;
  • Abacate: contém persina, uma substância que pode causar desarranjos gastrointestinais;
  • Fubá: causa cirrose hepática em cães;
  • Outros: Frutas ácidas, adoçantes e refrigerantes também devem ser evitados.