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Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, e na vida financeira

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Por Amauri Eugênio Jr.

Contas de água, luz, telefone, internet e TV por assinatura. Fatura do cartão de crédito. IPVA, IPTU e demais impostos. Taxa do condomínio. Prestação do carro. Mensalidades da escola, curso de idiomas e aulas de natação dos filhos. Compra do mês no supermercado. Tudo isso já tira o sono de muita gente e pode causar um estresse aqui e ali na vida a dois. Mas, ainda há outros fatores para se levar em conta, sendo a maioria ligada a gastos tidos como supérfluos num primeiro momento, como confraternizações e happy hours, compras de objetos diversos ou aquela viagem – ainda mais agora, em tempos de dólar em alta. E, se algo for feito às escondidas, há ainda o risco de a relação ficar na corda bamba. Delicado, não?
Logo de cara, uma coisa deve estar sempre em mente: uma vez estando numa vida a dois, tudo é compartilhado e a parceria vale para qualquer coisa. Isso não poderia ser diferente com o que envolve dinheiro. Em primeiro lugar, é fundamental que ambos tenham muito cuidado na condução da vida financeira dentro da relação e, claro, saibam administrá-la e cuidá-la muito bem. “Deve-se fazer [a organização] de modo que os dois colaborem, mas pesando o quanto cada um ganha para não prejudicar quem ganha menos. Quem ganha mais ajuda mais, desde que não se sinta sobrecarregado(a)”, explica Dori Boucault, advogado e consultor em relação de consumo.

Na ponta do lápis

OK, nem só de trabalho e contas vive o ser humano e, sendo assim, dá vontade de comprar algo, o que é saudável, até para sentir-se recompensado(a) por todo o esforço que os tempos atuais exigem de nós. Desde que não seja em excesso. Por isso, vale sempre a pena falar sobre com a(o) parceira(o) e controlar bem para não perder a mão da coisa, pois as metas financeiras na vida a dois são muito importantes. Por algum motivo, os gastos extrapolaram um pouco? Vale a pena rever as metas em conjunto, o que é superimportante para a vida financeira e (óbvio!) para o relacionamento. Tudo isso evita a chance de haver problemas no futuro.
Uma pergunta sobre a qual vale a pena refletir: por que não criar uma conta conjunta para os gastos domésticos e cada um ter a sua própria conta para gastos, mas mantendo o diálogo contínuo e não comprometendo o orçamento de casa?

Perdi o emprego. E agora?

A resposta é: um deve apoiar ao outro. Afinal, esse é (quase sempre) um fato inesperado. O apoio é importante ao extremo nesse caso, pois o desemprego por si só já é uma experiência traumática, ainda mais quando se tem dificuldade para recolocação ou se enfrenta doença. O risco, nesse caso, é cair no comodismo, deixando todas as responsabilidades no colo da outra pessoa.

Jogo limpo

 

Pode parecer um papo politicamente correto, mas não é: esconder um gasto, por menor que seja, é uma forma de traição. Isso vale desde aquela derrapada na conta da happy hour com os amigos àquele sapato em liquidação – a mesma coisa vale para a camisa de uma seleção do leste europeu. Nesse caso, aqui vale o seguinte: é menos nocivo a pessoa ficar chateada porque se gastou mais do que o normal, mas sabendo disso no ato. Descobrir porque a fatura do cartão de crédito veio com valor superelevado será sempre pior.

Senso comum provedor

Apesar de vivermos em tempos de defesa da igualdade de gêneros, ainda bate forte a questão de o homem ser o provedor do lar – o que também vale ao se levar em conta diferença salarial que ainda há (veja no box ao lado). Nesse caso, isso não significa que o homem deva arcar com tudo, mas as companheiras querem deles ambição, no sentido de crescimento e evolução na vida. E, sim, os homens têm dentro de si esse instinto provedor bem intenso. “Ele tem esse instinto de [ser o] provedor. Quando o casal está junto e a relação está boa, mesmo que o homem esteja ganhando menos, o importante é ela incentivá-lo e mostrar os lados positivos da profissão [exercida por ele]. Senão, as brigas irão começar e isso vai resultar em problemas. Mesmo com ele ganhando menos, a mulher pode mostrar que o admira como bom profissional”, detalha a psicanalista Taty Ades, especializada em terapia de casal.
Ainda sobre o homem ser o provedor da casa, há algum muito sério: ele não poderá usar desse poder para tornar a mulher dependente, tornando-a refém dele. Para começo de conversa, esse é um dos sinais mais significativos de um relacionamento abusivo, que é algo, sem meias palavras, condenável ao extremo. “Isso é perigoso, pois ela se torna refém dele, afastando-se da família e amigos, de sonhos e de projetos. Quando ‘explode a bomba’, ela irá se ver totalmente desamparada e chega uma hora em que fica insuportável”, destaca Taty. O melhor é que ele a incentive a desempenhar seu valor profissional e a sentir-se capaz e importante. Afinal, a vida é cíclica, e a cada momento um pode ser o esteio do outro.

Não é questão de sexo frágil, mas de igualdade

Em estudo feito com 18 países e publicado neste ano, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) mostrou que o nível de disparidade social no Brasil é bem grande. Para se ter uma ideia, os homens ganham cerca de 30% a mais do que mulheres na mesma faixa etária e com o mesmo nível de instrução. Para efeito comparativo, a diferença
média na América Latina é de 17,2%.

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