Por Cris Marques
Banco de imagens, Durval
Lisboa e Paulo Rogê
Sucesso, qualidade de vida, dinheiro, saúde, amor, viagens… O começo de um novo ano sempre dá um fôlego a mais para tirar os sonhos do papel e, mesmo que janeiro já esteja acabando, nunca é tarde para definir as metas de 2016. Mas, para colocar definitivamente em prática tudo o que foi pensado, é preciso se planejar. É o que afirma Dila Brandão (foto), life coach, palestrante e gestora educacional na Prefeitura Municipal de Guarulhos.
“Planejamento estratégico é um termo muito conhecido na área de gestão empresarial e nada mais é do que elaborar planos, buscar meios para encontrar soluções e analisar todos os aspectos do trabalho para atingir o resultado. Porém, ele pode ser utilizado também na área pessoal, o que, além de facilitar a conquista dos objetivos, favorece a autoestima e a motivação. […] A diferença de criar um planejamento usando técnicas de coaching é que essa metodologia favorece o autoconhecimento e suas ferramentas já foram pensadas e estruturadas para que seja possível obter melhor desempenho. Quando você planeja sem isso, é muito provável que algum aspecto seja negligenciado e o resultado comprometido”.
A profissional ainda explica que dentro do planejamento podem ser criadas metas de curto, médio e longo prazo, mas que para essas mais extensas o ideal é dividir em etapas menores para aumentar as chances de sucesso e, principalmente, diminuir as desistências. “Independente do prazo, a atenção deve ser dada constantemente, mesmo quando não é possível realizar nada de concreto. Você pode olhar pra sua meta e se imaginar concretizando o objetivo; desta forma, você une emoção e ação e o resultado será surpreendente. […] Nós, seres humanos, vemos o mundo sob a nossa própria ótica, valores e conceitos e, para que uma transformação real ocorra, é necessário ampliar essa visão sobre nós mesmos. Além disso, todos nós praticamos em maior ou menor grau a autossabotagem e esta só pode ser superada quando tomamos consciência de que ela existe. Por isso, a ajuda de um profissional de coaching é importante neste processo”.
Para começar, Dila Brandão indica o uso da planilha abaixo, para identificar quais áreas da vida precisam de maior atenção. “Atribua uma nota de 0 a 10 para cada item, depois some e preencha o resultado final: assim você terá um panorama melhor”.
Áreas da vida | |||||||
Qualidade de vida | Área pessoal | Área profissional | Área de relacionamentos | ||||
Emocional/mental | Saúde e disposição | Realização e propósito | Família | ||||
Diversão e hobby | Desenvolvimento intelectual | Recursos financeiros | Desenvolvimento amoroso | ||||
Plenitude e felicidade | Realização dos sonhos | Contribuição na sociedade | Vida social | ||||
Nota Final | Nota Final | Nota Final | Nota Final |
Usando o resultado como norte, é hora de começar a traçar as metas. Para garantir que elas possam, verdadeiramente, ser cumpridas, o ideal é usar outra ferramenta: a SMART (S – específica/ concreta; M – mensurável; A – alcançável; R – realista e T – tangível).
Confira mais sobre o significado de cada letra:
Específica: seja bem detalhista e específico. Neste momento não cabem generalidades, como: “em 2016, eu quero emagrecer”. A hora é de determinar; então a meta adequada é: “Em 2016, eu quero emagrecer 15 quilos, do dia 1º de janeiro até 30 de setembro”.
Mensurável: é importante medir o processo para saber em qual estágio você se encontra. “Lembra-se da brincadeira de infância na qual escondíamos um objeto e o amigo tinha que procurar? Quando ele se aproximava, nós gritávamos ‘quente’ e, quando ia pra longe, a gente gritava ‘tá frio’. É exatamente isto que você deve fazer com suas metas. Desta forma você poderá mensurar se está próximo e analisar suas estratégias. Isto te dará motivação”.
Alcançável: defina uma meta possível de ser atingida. “Voltando ao exemplo inicial, se você quer perder 15 quilos e deseja realizar isto em apenas um mês, é muito provável que desista no meio do caminho ou que não atinja sua meta por ser muito difícil. Seja ousado, sim; mas com os dois pés no chão. Então, você pode reestruturar sua meta: perder 15 quilos, sendo 5 a cada três meses. Quando você vencer a primeira etapa, no primeiro trimestre, ficará motivado e encontrará disposição para continuar. Ah, e uma dica: comemore muito a cada etapa vencida, mas não perca o foco de seu objetivo final”.
Realista: busque criar metas reais e relevantes, que realmente vão fazer alguma diferença. “Não perca seu tempo e sua energia com metas bobas ou fantasiosas. A meta deve ser real e importante; por isso, antes de defini-la, analise suas dificuldades e vantagens”.
Tangível: é muito importante determinar um prazo para concretizar a meta. “Sugiro que você escreva suas metas e deixe em um local visível, como um mural no quarto. À medida em que as metas forem alcançadas, você terá mais vontade de concluir as outras e, ainda, criar novas. Desta forma, você vai transformando sua vida, superando limitações e adquirindo novas marcas mentais positivas e de sucesso”, garante Dila.
Metas para os mais novos
Segundo Mara Suassuna (foto), psicóloga, mestre em psicologia, master coach, coordenadora do MBA master coach do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG) e autora do livro “Coaching Kids – Estabelecendo metas para uma educação para a vida”, o processo de coaching também pode auxiliar crianças e jovens. “Os mais novos estão sem direcionamento, pois os pais estão absorvidos em sua própria luta. Então, eles criam métodos próprios que muitas vezes não geram os resultados esperados”. E foi a partir dos mais de 20 anos atuando com psicologia que ela criou a obra. “Tomei a decisão de escrever algo que auxiliasse tutores, professores e coachs a usar a metodologia do mundo adulto para a vida das crianças”.
Com relação à definição de metas, ela conta que o pequeno pode definir como objetivo passar de ano, por exemplo, e, a partir daí, definir o processo: estudar três horas todos os dias, não conversar durante a aula ou ter horários específicos para diversão. Ela afirma também que não conseguir cumprir alguma meta faz parte. “Temos que preparar os filhos para uma vida real. Não deu certo? Em vez de feedback, vamos trabalhar o feedforward: o que você pode fazer de diferente daqui para a frente para obter outro resultado?”, finaliza.
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