Por Jônatas Ferreira
Desde que a imprensa é imprensa, o dever de informar é sua característica elementar. Com os avanços da tecnologia e a facilidade dos leitores em se comunicar com os veículos, tornou-se comum a participação dos internautas no dia a dia da profissão. Mas a Sabesp parece não entender isso muito bem. Recém-chegada na cidade, quer implantar a sua forma de administrar ‘crises’, o que é perfeitamente compreensível, no âmbito organizacional do órgão.
No entanto, peca em querer impor que os leitores dos veículos de comunicação de Guarulhos, que intensamente colaboram com a publicação de queixas sobre vazamentos e buracos, tenham uma resposta somente quando os próprios internautas abrirem um protocolo na empresa. Beira o absurdo quando falamos de água e o seu desperdício por conta de vazamentos.
Afinal, faz sentido apenas nos casos em que se trate de interesse individual do morador. Quem deixará seus afazeres para ir a uma unidade do Fácil registrar reclamação de um vazamento no meio da rua, o que é de interesse coletivo?
O que impede a Sabesp de iniciar um protocolo assim que a demanda for repassada à assessoria de imprensa? Desejam que o número de queixas nos meios de comunicação de Guarulhos diminua? Querem passar a impressão de que o número de vazamentos e buracos diminuiu na cidade? Criar burocracia apenas estenderá ainda mais o tempo de conserto dos vazamentos e buracos.
Que a Sabesp se valha dos veículos de comunicação como apoio para detectar os problemas e providenciar os reparos. A imprensa quer ser sua aliada na busca de soluções, não mais um problema. Para o leitor, comunicar-se com a imprensa é mais prático.
Que os jornais e portais de Guarulhos abram ainda mais as portas para os leitores e internautas encaminharem suas queixas. A péssima situação de Guarulhos deve ser mostrada, já que as autoridades não conseguem perceber tudo que acontece por toda a cidade. Que haja mais atitudes efetivas ao invés de inventarem mais burocracias.