A Polícia Civil de Guarulhos prendeu nesta segunda-feira (1°), 10 pessoas por furto de combustíveis em diversas regiões da Grande São Paulo. Entre os presos estão cinco donos de postos de combustíveis e dois funcionários de uma empresa terceirizada da Transpetro (subsidiária da Petrobras), que passavam as informações “privilegiadas” sobre a localização dos dutos e os melhores locais para a quadrilha realizar as perfurações.
Em Guarulhos foram foram efetuadas prisões no Jardim Presidente Dutra e no Inocoop. Um posto dos postos cujo dono está envolvido com furto e revenda de combustível adulterado fica na avenida Rangel Filho, no Jardim Ponte Alta II.
A operação, denominada “Trupanon”, vem do grego está relacionada com o termo cirúrgico trepanação, ato de perfurar o cérebro para diminuir a pressão interna do órgão.
Mais de 130 policiais civis participaram do cumprimento de 45 mandados de busca, apreensão e 14 de prisão temporária. De acordo com Milton Burgese de Oliveira, delegado titular do Núcleo de Cargas da Delegacia Seccional de Guarulhos, durante a operação foram apreendidos computadores, veículos, pen drives, celulares, tablets, documentos de postos e uma quantia em dinheiro, que ainda será contabilizada.
“O foco primordial da operação era identificar uma organização criminosa responsável pela prática de perfuração dos dutos da empresa Petrobras, da [subsidiária] Transpetro, e pela subtração desses combustíveis que eram transportados por esses dutos”, explicou o delegado. Em agosto do ano passado sete pessoas já haviam sido presas por furto de combustíveis, o que colaborou para dar continuidade à investigação e efetuar a operação que culminou com a prisão de mais dez pessoas.
Ainda segundo o delegado, depois de identificado o duto os criminosos “efetuavam a perfuração, conectavam mangueiras nesses dutos e efetuavam a subtração. Muitas das vezes a subtração ocorria paulatinamente, extraindo poucos litros em relação à vazão daquele duto. Eles efetuavam 5 mil, 7 mil ou 8 mil litros por dia, o que era muito pouco para causar a despressurização do duto, o que dificultava a identificação pelo mecanismos de segurança da empresa”.
O combustível roubado era adulterado e abastecia pelo menos nove postos em Guarulhos, Mogi das Cruzes, São Paulo e Santo André, os quais foram objetos de busca durante a operação desta segunda e estão sendo investigados. Querosene de aviação também era vendido no mercado clandestino.
De acordo com o delegado, a organização agia pelo menos desde o final de 2016. As investigações indicam que eles fizeram, ao menos, dez perfurações. Cada uma dessas perfurações pode ter custado o prejuízo de R$ 300 mil para a Transpetro, totalizando um prejuízo de aproximadamente 3 a 4 milhões de reais.
Transpetro
Por meio de nota, a Transpetro informou que os dois funcionários detidos na operação não fazem parte dos quadros da companhia. “Trata-se de um prestador de serviço de uma empresa contratada pela companhia e de um ex-prestador cujo contrato foi encerrado em março”, esclareceu. A empresa disse ainda que é “vítima das ações criminosas de furto de óleo e derivados” e que está colaborando com as investigações das autoridades.
A empresa ressaltou ainda que “tem como maior preocupação a segurança das famílias, pois intervenções criminosas nos dutos podem trazer riscos para a comunidade, como incêndios e explosões”.
Segundo a Transpetro, as pessoas podem colaborar com a empresa ligando por meio do telefone 168 e informando sobre qualquer movimentação suspeita na faixa de dutos e em terrenos próximos. A ligação é gratuita e o telefone funciona 24 horas por dia, sete dias por semana.
Da reportagem local, com informações da Agência Brasil