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Vacinação em Botucatu: entenda como será o sequenciamento genético das variantes do coronavírus

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A cidade de Botucatu (SP) vai realizar uma pesquisa de sequenciamento genético do coronavírus com os testes positivos dos moradores do município que forem diagnosticados com a doença após a realização da vacinação em massa com a AstraZeneca/Oxford que acontecerá na cidade.

O objetivo deste estudo inédito de vacinação em massa é verificar como o vírus vai se comportar a partir do momento em que as pessoas receberem o imunizante. O sequenciamento genético, que sofreu alterações com as variantes que surgiram desde que a pandemia começou, é parte deste estudo.

Uma máquina será utilizada pelos pesquisadores para que essa leitura do sequenciamento genético dos vírus encontrados nos testes possa ser feita, conforme explica Rejane Maria Tommasini Grotto, responsável do laboratório de biologia molecular do Hospital das Clínicas de Botucatu.

Rejane explica que o equipamento determina a sequência do material genético que dita toda a informação genética que esse vírus tem, e assim é possível descobrir qual a sequência da informação genética desse vírus.

 

“Como se estivéssemos tirando cópia de vários pedacinhos desse material genético do vírus. E quando colocamos na máquina, ela determina qual é essa sequência do RNA viral e assim podemos dizer se é o vírus original ou se teve alguma mutação. Por isso, é uma variante e também, entre essas variantes, qual seria ela.”

A partir do primeiro dia em que toda a população adulta começar a ser vacinada contra a Covid-19 na cidade, os cientistas vão ficar atentos aos casos positivos que surgirem e as amostras dos testes vão ser encaminhadas aos laboratórios, para que essa leitura do material genético seja feita, de acordo com o que explica o coordenador da pesquisa, Carlos Magno Fortaleza.

“O sequenciamento do material genético é o que vai permitir saber quais as variantes do vírus que estão circulando e, após a vacinação, vamos poder comparar como essas variantes continuarão a circular em Botucatu em relação às áreas não vacinadas”, comenta Fortaleza.

Para o coordenador, o estudo vai ser muito importante ao esclarecer se as vacinas funcionam contra as variantes que temos no Brasil. “É muito importante nós confirmarmos, como até agora estudos pré-eliminares têm indicado, que as variantes brasileiras são passíveis de proteção pela vacina.”

O surgimento de novas variantes no período em que o estudo estiver sendo feito no município também está previsto e caso sejam detectadas novas variantes na população, vai ser possível analisar se as vacinas vão ser eficazes nestes novos casos.

 

“ É verdade que novas variantes podem surgir e se surgirem ao longo do estudo, poderemos saber por meio do sequenciamento genético se as vacinas são eficazes também contra essas novas variantes”, diz o coordenador da pesquisa.

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