O secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, e o diretor geral da Artesp, Milton Persoli, discutiram nesta quinta-feira (10) ações necessárias para a expansão do sistema free-flow (fluxo livre, na tradução livre) nas principais rodovias do Estado de São Paulo. Com eles, participaram autoridades e empresários especialistas no ramo de tecnologia e transportes aos quais foi informado que o sistema free-flow será implantado pela primeira vez no Rodoanel Norte, cujo edital de concessão foi publicado em janeiro já prevendo o sistema, que consiste na adoção do uso de sensores que calculam a tarifa por quilômetro rodado. O mesmo sistema foi anunciado para funcionar na via expressa da Via Dutra, entre Arujá e São Paulo e, embora não informado claramente pelas autoridades federais, nem pela concessionária CCR, deve haver cobrança entre a rodovia Hélio Smidt, em Guarulhos, e a saída para a Marginal do rio Tietê.
“Este sistema tem uma série de benefícios que vai da justiça tarifária até o ganho de agilidade e conforto para os usuários, já que não vão precisar parar nos pedágios. Por isso, estamos estudando a expansão para além do Rodoanel, por todo o Estado”, explicou Octaviano.
Ponto a Ponto
Em algumas rodovias concedidas reguladas pela Artesp (quatro delas no momento), está em funcionamento desde 2012 o modelo de pagamento por quilômetro rodado Ponto a Ponto, uma versão mais elementar de pagamento proporcional da tarifa de pedágio. A cobrança nesse sistema é feita eletronicamente, através de pórticos instalados ao longo da rodovia, sem a manipulação de dinheiro em espécie. Diferentemente do que ocorre no free-flow, no Ponto a Ponto o sistema não funciona em toda a extensão da rodovia e é restrito a moradores do entorno, previamente cadastrados, motoristas de veículos de passeio.
Para adesão ao Ponto ao Ponto, há a necessidade de cadastro prévio junto à concessionária. O sistema se aplica aos veículos que utilizem o sistema de cobrança automática (AVI) e que portem dispositivo eletrônico ativo, distribuído aos interessados. A regra de elegibilidade dos usuários do Ponto a Ponto varia de acordo com a rodovia concedida e as definições da concessionária que administra cada uma delas. Na maioria das vezes, é estendido aos usuários moradores de domicílios próximos ao trecho da rodovia, motoristas de veículos da categoria 1 (carros de passeio).
O sistema free flow pôde ser aperfeiçoado a partir dessa primeira experiência da Agência Reguladora, tanto nos aspectos tecnológicos quanto econômicos.
COMO FUNCIONARÁ NO RODOANEL
Na concessão do Rodoanel Norte, a cobrança de tarifas será feita exclusivamente pelo novo sistema, sem a presença de praças de pedágio, com a implantação dos pórticos de pagamento, permitindo a redução de custos e a oferta do benefício a todos os tipos de veículos e a todos os usuários.
Atualmente, a concessionária Ecopistas está implementando um projeto-piloto do sistema free flow na Rodovia Ayrton Senna, na região de Itaquaquecetuba. Os testes de performance devem ser finalizados até o final de março.
Sobre o free-flow
O free-flow é uma tecnologia com sensores que calcula tarifa por quilômetro rodado, o que elimina a necessidade de o motorista parar em praça de pedágio e reduz o tempo da viagem e o valor pago. Na prática, o sistema funciona assim: quando o veículo passa por um pórtico, as câmeras com tecnologia OCR (Optical Character Recognition, ou Reconhecimento Ótico de Caracteres) fazem a leitura das imagens frontais e traseiras das placas. Um scanner a laser identifica os veículos em tempo real.
As antenas de identificação de TAGs e as câmeras complementam as informações, que são enviadas para um sistema central, responsável por receber e processar todos os dados. Os usuários que possuírem TAGS farão o pagamento automático. Usuários sem TAG poderão pagar a tarifa posteriormente, em plataforma digital a ser instalada pela concessionária ou recebendo a cobrança via correios.