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Presidente da Associação de Delegados diz que falta planejamento no combate ao crime organizado

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O presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), Gustavo Mesquita Galvão Bueno, visitou a Redação do Click Guarulhos, quando fez um balanço das atividades desenvolvidas durante suas duas gestões à frente da entidade e opinou sobre as razões pelas quais é cada vez maior o domínio do crime organizado, o que penaliza a população de forma generalizada.

Ele costuma se definir como guarulhense da gema, pois é nascido e criado em Guarulhos. Neto do lendário e saudoso comerciante Álvaro Mesquita, é filho do médico pediatra Cláudio Galvão Bueno e da psicóloga Eliana Mesquita.

Após exercer a função de delegado de Polícia por 9 anos, sendo seis em diferentes distritos da capital paulista e três na Divisão Antissequestro, foi lançado em 2018 como candidato a presidente da Associação, que havia várias gestões era dirigida por um mesmo grupo; um crescente descontentamento da categoria levava à busca por renovação.

Tendo como vice um dos mais respeitados nomes da Polícia Civil, Abrahão José Kfouri, a chapa venceu a eleição, marcando um período de intensa defesa de medidas de fortalecimento da Polícia Civil, atuando de forma estratégica para reduzir os danos que a Reforma da Previdência estadual causaria à categoria.

 

Entre outras vitórias obtidas, Gustavo aponta reajuste salarial, ainda que em índice inferior ao necessário e pleiteado, inclusive a aposentados; majoração da ajuda de custo para alimentação; votação de lista tríplice para delegado geral da Polícia, com entrega do resultado ao governador; defesa de recomposição do efetivo.

Quanto à gestão da entidade, afirma que uma marca foi a auditoria permanente nas contas, para garantir transparência e profissionalismo; corte de gastos desnecessários e controle de despesas, o que resultou em economia de mais de R$ 1 milhão em dois anos. O atendimento jurídico foi ampliado para 16 municípios paulistas, aproximando a Adpesp de seus representados.

Gustavo comenta que a categoria tem tido constante perda de quadros, devido à falta de valorização por consecutivos governos. Campanhas de divulgação foram empreendidas para conscientizar a opinião pública quanto à baixa remuneração da polícia paulista, em comparação com a de outros estados. “A cada dois dias, a Polícia Civil perde um profissional. O índice de suicídios nos últimos cinco anos supera em três vezes as mortes em serviço. Há um déficit de 15 mil homens, somadas todas as funções”, enumera.

Em sua opinião, além de não valorizar a Polícia como deveria, os sucessivos governos não agem com planejamento para obter eficácia nas ações. “Falta uma política coerente de carreira, favorecendo o apadrinhamento político e desmotivando quem trabalha com afinco. Para combater o crime organizado, é preciso coragem, inteligência, investigação e vontade política. Jamais se obterá sucesso com política de tolerância. O crime organizado é uma grande empresa. Para combatê-lo, é preciso chegar aos líderes, enfrentar com rigor a questão da presença de telefones celulares nos presídios. É por meio deles que as quadrilhas sobrevivem, aplicam golpes, crimes financeiros, acessam a agenda das vítimas, sistemas bancários”, analisa. Ele conta que fez um curso na Alemanha, sobre essas questões, o que acentuou sua percepção que o que se faz na Polícia paulista é “enxugar gelo”.

 

Comentando sobre a chamada Cracolândia e as ações de combate que têm sido engendradas, disse que está evidente que os métodos adotados são ineficazes. “É preciso atuar em várias frentes, a começar por assistência social. Defendo a internação compulsória e têm havido autorizações judiciais para isso, porque boa parte dos que vivem nas ruas, consumidos pelas drogas, perdeu a autoestima e a capacidade de discernimento. Expulsá-los de um determinado lugar nada resolve”, acentua.

Em uma acirrada disputa em 2021, foi reeleito com 75% dos votos, para complementar as mudanças implementadas e manter o enfrentamento por melhores condições de trabalho para a categoria em todo o Estado de São Paulo.

Além de ele ser avesso ao continuísmo, as regras da Adpesp impedem que haja três mandatos consecutivos na direção. Já vislumbrava o retorno às funções como delegado, atividade que muito aprecia, quando, animado por amigos e companheiros das lutas empreendidas que discordam da linha adotada até agora por legisladores eleitos sob a bandeira da Segurança Pública, passou a admitir a possibilidade de disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de SP. Convidado pelo presidente do PSC (Partido Social Cristão), Gilberto Nascimento, ex-delegado de Polícia, resolveu filiar-se ao partido e é pré-candidato a deputado estadual, considerando que com o mandato terá mais condições de buscar as melhorias que defende para a categoria e, em âmbito regional, representar Guarulhos. “Sou grato à cidade por tudo que ela me proporcionou. Além do eixo que me leva a entrar para a política, que é a segurança pública, quero me dedicar a causas de Guarulhos, minha paixão, sem dúvida alguma”, concluiu.

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