Dermatologistas do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) destacam uma preocupante correlação entre a calvície e o aumento do risco de câncer de pele. Segundo eles, a falta de cabelo expõe diretamente o couro cabeludo aos raios solares, ampliando a vulnerabilidade a esse tipo de câncer. De acordo com estimativas para o período de 2023 a 2025, cerca de 9 mil novos casos de câncer de pele melanoma, o tipo mais letal, devem ser registrados no Brasil.
A médica Bethânia Cavalli, dermatologista do HSPE, salienta a importância de redobrar os cuidados com a proteção da pele em indivíduos com cabelos ralos ou calvície. O topo da cabeça, juntamente com o rosto, é uma das áreas mais suscetíveis aos danos solares, segundo apontam os estudos.
O câncer de pele pode manifestar-se de duas maneiras distintas: melanoma e não-melanoma. O primeiro se caracteriza por manchas ou pintas irregulares em múltiplas tonalidades e pode surgir em qualquer parte do corpo, incluindo mucosas. Já o não-melanoma é reconhecido por feridas persistentes ou manchas que coçam, sangram e descamam, não cicatrizando em até quatro semanas.
Embora o autoexame seja recomendado, algumas regiões, como a cabeça e as costas, podem ser de difícil identificação para a própria pessoa. De acordo com a dermatologista, observou-se um aumento na incidência de tumores de pele em homens calvos, resultado da exposição direta do couro cabeludo aos raios solares.
“A falta de cabelo expõe o couro cabeludo de forma direta aos raios solares e predispõe a uma tendência maior de câncer de pele. Os fios são uma proteção para a cabeça, assim como as roupas formam uma camada propícia ao nosso corpo para nos proteger e evitar que o sol acometa a nossa pele. Daí a necessidade de passar o protetor solar em todo o corpo, mas nos casos de calvície, na cabeça também”, destaca Cavalli.
As principais causas desse tipo de câncer são a exposição prolongada e desprotegida ao sol, além de histórico familiar de câncer de pele. Indivíduos de pele clara, cabelos ruivos ou loiros e aqueles que tiveram queimaduras na infância, especialmente de segundo grau, têm maior propensão a desenvolver melanoma.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que o não-melanoma representa cerca de 30 vezes mais casos do que o câncer de pele melanoma no triênio 2023-2025. Apesar disso, a detecção precoce é crucial para o tratamento eficaz da doença.
Dra. Cavalli ressalta a importância das consultas anuais ao dermatologista para a detecção precoce do câncer de pele, enfatizando que mesmo as pessoas com menor risco da doença devem seguir essa prática. Com o Dezembro Laranja, mês dedicado à conscientização sobre o câncer de pele, é fundamental que a população busque orientação médica para adotar medidas preventivas, como o uso de protetor solar, bonés, chapéus, óculos escuros e roupas com proteção UV, além de evitar a exposição solar entre as 10h e 16h, optando por locais com sombra.