A geração Z tem imprimido uma dose de autonomia e praticidade no mercado de trabalho, especialmente num cenário de rápidas transformações tecnológicas e sociais. Nascido entre meados da década de 1990 e o início dos anos 2010 e com características específicas, esse grupo influencia as dinâmicas profissionais e a forma como as empresas estruturam seus ambientes organizacionais.
Empresas têm percebido que, ao criar um fluxograma online de tarefas, ou mesmo presencial, é preciso considerar o modo de trabalho da geração Z e adequá-lo ao projeto em questão. De acordo com estimativas da Fundação Pew e o Censo dos Estados Unidos, a geração Z tem entre 60 e 74 milhões de membros. Espera-se que, até 2024, eles constituam 23% da força de trabalho.
Os dados, apontados no portal FlexJobs, mostram que essa é a geração mais diversificada a ingressar na força de trabalho dos EUA até agora, com quase metade sendo de origens latinas ou não-brancas. Ela é também considerada uma geração nativa digital, com seus jovens sendo aprendizes velozes, devido, em grande parte, à sua relação íntima e natural com a tecnologia – o que envolve processos de aprendizagem multicanal.
Além disso, o material ressalta que, segundo David e Jonah Stillman, autores de “GenZ @ Work”, a geração Z prefere autonomia. Muitos membros desse grupo consideram-se futuros empreendedores e podem já ter feito parte de atividades paralelas ao trabalho para ganhar dinheiro.
Com isso, os autores acreditam que é mais provável que esses profissionais busquem um mentor que possa compartilhar ensinamentos e aprendizados em vez de um chefe que forneça todas as respostas prontas. Em comparação aos millennials, os Zs podem ser menos adeptos do trabalho em equipe e tendem a procurar empregos em que possam desempenhar mais de um papel numa mesma companhia.
Isto significa que os empregadores precisam pensar em maneiras de permitir que essa geração aproprie-se de iniciativas e projetos para satisfazer a sua tendência empreendedora. A praticidade também é característica marcante da geração Z, que pode ter maior probabilidade de considerar o salário e a segurança no emprego como aspectos-chave na busca e aceitação de uma vaga. Pacotes de remuneração e benefícios, por exemplo, devem ser levados em conta por esses profissionais antes de aceitar uma oferta.
Impulso das atividades paralelas em meio a crises históricas
Segundo dados divulgados pela Forbes, o ímpeto de assumir atividades paralelas tem crescido de forma constante, sendo especialmente popular entre as gerações mais jovens. Da Geração Z, por exemplo, 70% tem algo que gere renda além do trabalho principal, enquanto 50% dos millennials também estão nessa situação.
A tendência é influenciada por fatores como a inflação e o aumento do custo de vida. Essas condições fazem com que as gerações tenham que sobreviver complementando a remuneração normal com rendimentos extras de trabalho freelancer ou pequenos negócios.
Como ressaltado no estudo “Geração Z no mercado de trabalho”, da Agência Global da Década em Cannes (AlmapBBDO), como essas pessoas nasceram e se desenvolveram diante de eventos históricos transformadores, como crises sociais, políticas e econômicas, tornaram-se menos idealistas e mais pragmáticas.
Por outro lado, elas desejam trabalhar em organizações que tenham um propósito claro e que a possibilidade de se conectarem e devolverem projetos que levem benefícios à sociedade seja uma realidade. Devido aos cenários de insegurança, incerteza, desemprego e desastres ambientais em que cresceram, a geração Z também espera uma contrapartida das companhias para a deixar mais segura.
Saúde, mentoria e estabilidade profissional também são prioridades
De acordo com pesquisa da Deloitte, quando questionados sobre quais benefícios os profissionais da geração Z esperam de uma empresa, no primeiro item aparecem os cuidados com a saúde. Nesse sentido, são apontados fatores como poder contar com um plano de saúde, mas também com uma perspectiva de estar num ambiente saudável.
Em segundo lugar, vem a ideia de receber mentoria de alguém que possa os auxiliar a se desenvolverem na carreira. Em terceiro e quarto, aparecem tempo livre e trabalho remoto, respectivamente.
Já no que diz respeito ao porte da organização, a maioria dos Zs almeja atuar em médias e grandes empresas, segundo dados da “Pesquisa Enactos”, da Robert Half. Com isso, embora o conceito das startups possa ser interessante para esses profissionais, como eles integram uma geração que nasceu em meio à insegurança e está à procura de formação e de mentores, companhias maiores simbolizam mais possibilidade de estabilidade e de satisfazer essas demandas.
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fonte: Experta Media