Os ferroviários de São Paulo aprovaram uma greve que deverá se iniciar a partir das 0h da quarta-feira, 26, após uma assembleia realizada nesta quinta-feira, 20. A paralisação é um protesto contra a privatização das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade (Expresso Aeroporto), da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que serão leiloadas no dia 28.
As três vias que serão leiloadas atendem regiões (zona Leste de São Paulo, além de Guarulhos, Mogi das Cruzes e Suzano) onde vivem mais de 4,6 milhões de pessoas e a previsão é de que juntas atendam 1,3 milhão de passageiros diariamente até 2040.
De acordo com o governo de São Paulo, o projeto de privatização das três linhas prevê um investimento de R$ 14,3 bilhões ao longo de 25 anos da concessão, o que garantiria “melhorias significativas para os passageiros e ampliação dos serviços prestados” com a construção de novas estações.
Ato público
Além da greve, os trabalhadores da CPTM também aprovaram a formação de uma comissão de negociação e um ato público marcado para o dia 25 de março, às 9h, em frente à B3 (Bolsa de Valores) em São Paulo. O sindicato dos ferroviários deixou claro que o movimento só terminará quando o leilão for cancelado, exigindo garantia por escrito do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Leilão de concessão
Entre as melhorias anunciadas estão: o alongamento da linha 11-Coral, que ganhará 4 km e quatro novas estações, a extensão da linha 12-Safira, com 2,7 km e duas novas estações. Já a linha 13-Jade será ampliada em 15,6 km, com seis novas estações, chegando até Bonsucesso e Gabriela Mistral.
A iniciativa também inclui a construção de oito novas estações e reformas em outras 24. A proposta do governo paulista promete integrações entre as linhas 13-Jade da CPTM e 2-Verde do metrô, além de melhorias na segurança.
Segundo a SPI (Secretaria de Parcerias em Investimentos), três grupos estudam o empreendimento, além de grandes operadoras do setor ferroviário.
Investigação das linhas privadas
As linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM já são operadas pela ViaMobilidade, da iniciativa privada. Essas linhas foram alvo de investigação pelo Ministério Público de São Paulo devido a seguidas falhas e acidentes.