Depois de 19 anos exercendo a função de dirigente da Guarulhos Norte, somando dois períodos em que esteve à frente do setor local da Secretaria de Estado de Educação, a professora Vera Lúcia de Jesus Curriel está deixando o cargo.
Indagada a respeito via Assessoria de Imprensa, a Secretaria de Educação assim se manifestou:
“A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo esclarece que, periodicamente, todos os dirigentes de ensino são avaliados de acordo com os índices educacionais atingidos e de indicadores de gestão das Diretorias de Ensino. Os dirigentes desligados retornam aos seus cargos de origem na Seduc-SP.”
Por sua vez, Vera Curriel transmitiu esta mensagem: “Amo o que faço, amo a Guarulhos Norte, amo as pessoas que lá se encontram. É um forte vínculo. São 19 anos de muito trabalho, de dedicação, de comprometimento. Vou agora desenvolver um outro trabalho, iniciando uma nova etapa, um novo ciclo. Agradeço a todos que me acompanharam e me ajudaram a desenvolver minhas tarefas até aqui. Ninguém faz nada sozinho”.
O que está acontecendo
A política posta em prática pelo secretário estadual de Educação, Renato Feder, que vem da iniciativa privada, é focada em meritocracia. Nesse sentido, assim como acontece em empresas, são medidos os índices de desempenho, por meio de estatísticas concluídas com base em provas prestadas pelos alunos.
Assim, as direções e coordenações das escolas cobram dos professores a melhoria dos índices apresentados pelos alunos; os supervisores cobram dos diretores e coordenadores; e as Diretorias cobram dos supervisores.
Diante da exoneração de Vera Curriel, chegam informações de um endurecimento nessas cobranças por melhor desempenho às unidades de ensino.
Em defesa da ex-dirigente, houve a iniciativa de uma petição em forma de abaixo-assinado, buscando reverter a decisão, exatamente com o argumento de que é cada vez maior o desinteresse dos jovens pelo aprendizado, devido a uma série de fatores que não dependem de quem está no comando local, e que, por isso, não seria justo punir Vera pelo baixo índice no aproveitamento dos alunos.
Além do foco dos jovens estar voltado à internet e a outros fatores que desviam a atenção dos estudos, aponta-se também a falta de participação efetiva de boa parte das famílias, que delegam à escola a educação dos filhos e não acompanham seu desempenho, diferentemente do que acontecia em gerações anteriores.
