A imagem diz que nosso destino é inexorável. Que, queiramos ou não, nossos dias serão de luzes, de trevas e de sombras. E, que embora as margens de nossas vidas sejam sempre floridas, na maioria das vezes, não apreciamos a beleza que elas nos oferecem. Não percebemos, sequer, os divinos odores que a natureza produz, como uma silenciosa oração, já que estamos – quase sempre – com olhos voltados para o futuro ou presos ao passado, preocupados com nossas bagagens, lamentando seus pesos, que não percebemos os presentes que a vida nos oferece, a cada momento, a cada avanço, a cada nova estação!
… Ela diz, ainda, que no final sempre haverá uma luta, um combate, entre o Bem e o Mal, entre a Luz e as Trevas… Que uma tempestade de conscientização se abaterá sobre cada um de nós, trazendo a agonia do temor e as dores do arrependimento. Ou, então, as delícias da vitória e da consciência das boas obras e supremas realizações. Mas, ela afirma efetivamente, também, que a bonança virá que a Luz prevalecerá, sempre, pela bondade e misericórdia do Criador!… Pois, a viagem só tem um propósito… O nosso aperfeiçoamento, a nossa evolução!
Que o romper de um novo ano traga, para cada um de nós, ao menos, a possibilidade da reflexão sobre nossos destinos, sobre as bagagens que carregamos e de seus pesos em particular. Da necessidade do abandono, da renúncia e do sacrifício pessoal.
Que nos traga, também, a consciência da escolha, a fim de que possamos fazer nossas renuncias e transformar nossos fardos, já que são resultados de nossas escolhas, de nossos livres-arbítrios.
Que esta parada mágica, na estação inicial do Novo Ano, nos faça, também, compreender – principalmente – que dos resultados de nossas ações no presente dependerá as condições do tempo na última estação, uma vez que a roda da Vida continuará a girar e nos conduzir ao destino final, queiramos ou não.
Que nesta estação de consciência, rápida parada para a comemoração, ouçamos ainda o apito do Amor, que nos conclama a respeitar o próximo em suas fraquezas e venerar as suas fortalezas como possibilidades de contribuições, para que possamos incentivar coragem ou resignação.
E, neste sútil brindar, antes que as rodas voltem a girar, que o encanto da celebração nos dê, ainda, a compreensão de nossas próprias imperfeições e que a força da esperança se faça em nós, incentivando os nossos olhos se voltarem para o passado e, de forma serena, sejamos tocados pela gratidão, a fim de que possamos refletir, também, sobre as possibilidades que virão em outras estações. E, assim, tenhamos consciência como passageiros sobre tudo o que ocorreu ou ocorre nesta nossa particular viagem, exclusiva jornada, a fim de que o sentimento puro do Perdão se faça, então, em nossos corações e nos permita, ainda, trabalhar para que nossos dias futuros sejam de Paz e nossas viagens seja uma bela jornada de realizações!
No romper do ano de 2016; José Paulo Ferrari.