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Entendendo as criptomoedas

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O comércio de criptomoedas, ou moedas virtuais, tem crescido de forma assustadora.

Adeptos dessa nova tecnologia acompanham o mercado diariamente em busca de boas oportunidades para compra e venda desses ativos digitais que prometem modernizar de vez a forma como pensamos em dinheiro.

A bitcoin é atualmente a mais conhecida e utilizada criptomoeda, mas não a única. Ela protagoniza o setor, sendo a que tem maior valor e, por isso, serve bem para demonstrar a dinâmica e a volatilidade do mercado de criptomoedas, comparável a uma montanha russa, com altos e baixos abruptos e repentinos, o que o caracteriza como um investimento de alto risco. Por outro lado, existem estabelecimentos em todo o mundo que já aceitam as tais criptomoedas, como as famosas bitcoins, como forma de pagamento por seus produtos ou serviços, inclusive no Brasil.

Esse cenário mostra que as moedas virtuais serão tendência no mercado e não sairão dos focos de discussões econômicas tão cedo, mesmo que ainda existam muitas incertezas por conta da sua instabilidade, com especialistas apontando para uma bolha especulativa.

Embora ainda uma baixíssima parcela da população mundial tenha acesso ou interesse nessa nova modalidade de investimento, a procura tem aumentado bastante e já chegou aos grandes investidores, o que faz com que os olhos de governos e de instituições financeiras estejam alertas a movimentações que possam afetar diretamente o mercado e as relações entre seus participantes, além dos possíveis impactos na economia em geral.

 

Uma das grandes diferenças das criptomoedas e das moedas soberanas dos países – como dólar, libra e o próprio real – é que não há bancos centrais ou governos para regulá-las ou fornecer garantias nas transações; ou seja, são totalmente descentralizadas. O único meio possível para que as movimentações sejam efetivadas é a internet, exclusivamente de pessoa para pessoa, sem a necessidade de intermediários, como bancos.

Talvez resida nesse fator a razão para volatilidade das criptomoedas. A partir do momento em que houver regulamentações e os governos encontrarem meios para manter sob controle as transações com criptomoedas, a procura poderá ser afetada, o que fará o valor das cotações diminuir. Essa possibilidade pode se concretizar, mesmo que com muita dificuldade, assim que os estados perceberem que suas economias estão sendo ameaçadas.

Correntes de bloco

Falar sobre moedas virtuais talvez ainda deixe muitas pessoas confusas, principalmente aquelas que não têm tanta receptividade com as tecnologias 100% digitais. Para compreendê-las, é preciso entender o blockchain, ou corrente de blocos, em tradução literal, sistema por detrás de todo o funcionamento e certificação de segurança das transações desses ativos digitais.

O blockchain é um banco de dados público que registra de forma cronológica e linear todas as ações praticadas dentro da plataforma de uma moeda virtual, como a bitcoin, por exemplo. Esse sistema funciona em blocos entrelaçados, que podem ser acessados e consultados a qualquer momento, mas que, em hipótese alguma, podem ser apagados ou alterados. Caso mudanças precisem ser feitas, como novas transações, um novo bloco ligado ao anterior será gerado.

Essas novas ações dentro do blockchain são compartilhadas, processadas e validadas por uma série de computadores que fazem parte desta rede. Para que uma alteração seja concretizada, um cálculo matemático de alta complexidade deve ser resolvido por essas máquinas. Só a partir da solução dessa equação é que poderá ser verificada a veracidade das informações contidas naquele bloco.

 

O blockhain impede gastos duplicados e falsificações, visto que todos os participantes recebem imediata e simultaneamente uma cópia dos dados, com o histórico das operações, desde sua origem.

Mas o que (e como) se ganha participando dessa rede?

Garimpando

A validação das transações de criptomoedas é feita pelos chamados “mineradores”, por meio de supercomputadores ligados a essa rede de blockchain, que incansavelmente tentam resolver os complexos cálculos. Quando resolvidos, o profissional que chegou ao resultado ganha em dinheiro virtual a recompensa pelo esforço. É justamente esse trabalho que dá origem a novas moedas.

Qualquer pessoa pode minerar as criptomoedas, mas, diferente do que se pensa, o trabalho não é tão simples e muito menos é barato. São necessárias máquinas potentes, que exigem um consumo extremamente alto de energia. Quanto mais computadores um minerador mantém trabalhando, maiores serão as chances de chegar ao resultado de uma das múltiplas operações em processamento. Afinal, milhares de máquinas competem para solucionar uma equação com um limite de tempo de dez minutos, que é o intervalo de espera entre um bloco e outro. Detalhe: a dificuldade aumenta conforme o número de moedas for sendo minerado.

Assim que o cálculo é decifrado, o vencedor registra os dados contidos naquele bloco. Automaticamente, toda a rede recebe as informações e em consenso conferem se o que foi recebido condiz ou não com os dados já existentes, ou seja, com os blocos anteriores.

 

É importante ressaltar que para fraudar um dado em uma rede distribuída significa ter que modificar os registros em cada computador que participa desse sistema, além de ter de quebrar a criptografia diferente que protege cada bloco. Por isso, o sistema é tido como de segurança inviolável, porque, em tese, seria impossível.

Segurança

As transações são feitas somente após comprovações da existência dos fundos serem concretizadas por meio de uma chave única que cada usuário tem. Tudo acontece sem nenhuma das partes saber com quem está tratando, pois são ocultas informações como nomes, endereços reais e documentos, o que impede que esses dados sejam usados de forma ilícita.

A única maneira de se localizar os participantes das transações é justamente pelo número de identificação, que é usado para assinar as operações. É a chamada carteira virtual, que contém chaves públicas e uma privada.

A chave pública pode ser compartilhada, pois é usada para receber fundos. A chave privada, no entanto, deve ser mantida sob total sigilo e será usada somente na hora de autorizar uma transação de transferência. É por esta chave privada que alguém controla todos os seus ativos digitais.

O blockchain é um modelo que tem sido explorado até mesmo por instituições financeiras para proteção de seus dados e, apesar de sua origem estar ligada ao bitcoin, seu uso pode ir muito além no assunto de segurança e compartilhamento de dados.

É lucrativo?

 

orte representação no cenário econômico mundial em um futuro não tão distante. Não à toa, está às vésperas de lançar a SimpleCoin, uma plataforma exchange, ou seja, um meio de compra e venda de dinheiro virtual que auxiliará os interessados a efetuarem as transações de maneira rápida, segura e simples. Simplificando: uma espécie de casa de câmbio virtual.

Há cerca de 1600 moedas digitais em circulação hoje, porém, nem todas têm valor de mercado. Por isso, Fuertes explica que casas de câmbio sérias trabalham apenas com as principais e mais confiáveis, como bitcoin, ethereum e monero.

Sobre ser uma boa alternativa de investimento, Fuertes deixa claro que tudo deve ser avaliado conforme o pensamento de cada um. Se for em curto prazo, deve-se acompanhar dia a dia o mercado porque, devido à escassez, a moeda acaba por não ter um preço estável. “Tem gente que ganha muito dinheiro com isso, são os chamados traders. Mas é preciso acompanhar e entender o mercado. Saber o ponto de baixa e o ponto de alta, pois o lucro virá na porcentagem da variação diária”, diz Fuertes.

No entanto, para o consultor, a médio e longo prazo, o dinheiro virtual tende a ser valorizado consideravelmente. “É tudo por conta da procura: quando há demanda, a oferta encarece. E vemos isso nos últimos meses. Hoje um bitcoin, por exemplo, vale cerca de U$ 10 mil e há expectativa de que esse valor mais que dobre até o fim do ano. Então, é alto o risco se você pensar em curto prazo, mas em médio e longo prazo esse risco acaba pulverizado por conta das oscilações. A tendência é que nos próximos anos a valorização do bitcoin e de outras moedas seja ainda maior”, esclarece.

Pirâmide?

“Definitivamente, não. Existem, sim, casos em que se usa criptomoedas para construir a famosa pirâmide. Para evitar cair em golpes, interessados no mercado virtual precisam estar atentos e saber diferenciar”, explica Fuertes.

 

Em um esquema fraudulento prometem-se retornos imensuráveis em troca de um único investimento baixíssimo, se comparado ao que você pode receber. O dinheiro aplicado é usado para pagar antigos investidores, transformando-se em um ciclo dependente do recrutamento de novas pessoas. A base sempre sustentará o topo, por isso o termo “pirâmide”.

O problema é que com o passar do tempo, o esquema tende a se desfazer, por não haver mais condições de financiar a todos que entraram no negócio. Não existem produtos, nem serviços prestados em troca do dinheiro aplicado. “Os novos usuários que começam a comprar bitcoin ou qualquer outra moeda virtual legal, não estarão financiando ninguém, nem nada. Nem receberam nenhum favor em troca da compra das criptomoedas. As pessoas compram essas moedas porque acreditam em seu modelo. O valor do ‘dinheiro digital’ acontece pela oscilação do mercado, pela escassez e pelo número limitado de moedas”, finaliza o consultor.

Compras ilícitas

A mídia focaliza muito a imagem das criptomoedas como uma forma para pessoas que queiram usar o dinheiro para práticas ilícitas – como lavagem de dinheiro, financiamento de crimes ou terrorismo, por exemplo – uma vez que os dados dos envolvidos são anônimos. Sobre isso Fuertes esclarece que não é por ser virtual que o dinheiro vai ser usado de forma errada. Isso pode acontecer com o euro, dólar, real ou qualquer outro meio de pagamento. “É válido lembrar que em seu início, a internet era muito usada para compras de drogas e outros artifícios ilegais, mas, agora, andamos com ela em nossos bolsos”, pontua o consultor.

Portanto, não é porque a identidade dos usuários é mantida em sigilo que ele estará fora da fiscalização. As transações digitais são altamente rastreáveis, afinal, os dados são ocultos, mas as operações dentro da blockchain são formadas por entradas e saídas, que são registradas a partir de códigos endereçados a uma pessoa. Sendo assim é possível descobrir a origem dessas operações a partir das chaves públicas que estão presentes em todas as movimentações e que levam à sua origem: a chave privada.

Eles acreditaram

Renan Rios, de 24 anos, é um desses aventureiros que arriscaram investir nesse novo mercado. Ele começou a acreditar nas moedas depois de ver reportagem em que o então governador de São Paulo Geraldo Alckmin cogitava estudar o uso de criptomoedas para financiamento de projetos no Estado. O funcionário público de Guarulhos contou à Reportagem que não faz muitas transações, mas investiu a principio R$ 2 mil e em menos de um ano teve um lucro de aproximadamente R$ 3 mil. “É um mercado bem variável e não tão seguro por sua falta de clareza na regulamentação, mas quero apostar, pois sei que em breve será tendência”.

 

Marcelo Aparecido da Silva, proprietário da escola de idiomas Uptime, no Centro de Guarulhos, investiu em bitcoins no ano passado quando a moeda estava cotada em aproximadamente US$ 1 mil . Neste ano, vendeu boa parte do que adquiriu por um valor 10 vezes maior do que o valor pago no início de 2017. “Como não tinha muito conhecimento do mercado, fiz um investimento modesto, mas que ajudou muito financeiramente. Hoje trato o bitcoin como se fosse outra moeda, assim como o dólar e o euro; inclusive, aceitamos como forma de pagamento aqui na Uptime”.

A posição do Banco Central do Brasil

Para a corporação que regula as instituições financeiras no Brasil, “a compra e a guarda desses ativos digitais estão sujeitas aos riscos de perda de todo o capital investido, além da variação de seu preço. O cidadão que investir em moedas virtuais deve também estar ciente dos riscos de fraudes”.

No entanto, o Banco Central esclarece que não regula operações com criptomoedas, nem tem intenção de regulá-las em curto prazo, uma vez que “no Brasil, por enquanto, não se observam riscos relevantes para o Sistema Financeiro Nacional”.

Já o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em entrevista à imprensa, em dezembro de 2017, alertou para o risco de bolha no mercado de moedas virtuais. Ele destacou que as criptmoedas têm atualmente duas funcionalidades. Uma delas é comprar para vender na frente com a alta. “É uma bolha, uma pirâmide”, disse. A outra “funcionalidade” é usar como instrumento de atividade ilícita. “Usar as moedas virtuais não isenta da pena, da punição”, alertou.

Vale lembrar que a aquisição de moedas digitais deve ser declarada no Imposto de Renda, como bens e direitos, com o valor de compra somente. Já o lucro obtido com a venda de uma moeda deve ser tributado de acordo com a tabela vigente.

Saiba mais sobre Bitcoin

Livros sobre Bitcoin

O fim do dinheiro como conhecemos

 

Bitcoin: the end of money as we know it. Dir. Torsten Hoffmann, 2015.

Versão completa (1h) em https://bit.ly/2KcGwDJ.

Trailer (3,5 min) em https://bit.ly/2KWuHTA

O surgimento do dinheiro, os sistemas monetários e suas regulações, até um hacker de codinome Satoshi Nakamoto criar a primeira moeda virtual em 2009. Com a crescente relevância das moedas digitais para a economia global, o filme sinaliza ser possível transformar a forma como o mundo utiliza e negocia com dinheiro e até decretar o fim dos sistemas financeiros e monetários, o que seria uma verdadeira revolução econômica e social para a humanidade.

O surgimento e a ascensão do Bitcoin

The rise and rise of Bitcoin. Dir. Nicholas Mross, 2014.

 

Trailer (2min04) em https://bit.ly/2KgJGXp

Através do ‘case’ de um comum programador, o filme mostra o início da ‘febre’ mundial das criptomoedas, como a bitcoin “a tecnologia mais subsversiva do planeta”. As ‘bolhas’ especulativas, a feroz competição do mercado de ‘mineração’, as oscilações do mercado e um prenúncio dos impactos que as ‘moedas digitais de código aberto’ podem significar para a história humana. O surgimento do Bitcoin transformará o mundo para sempre?

The blockchain and us

Sem título em português: Nós e a ‘cadeia de dados’, tradução livre. Dir. Manuel Stagars, 2017.

Versão completa (31min26) em https://bit.ly/2p3JtMB

O filme mostra as “engrenagens” e processos que possibilitam registrar e certificar as transações livres e impessoais com as criptomoedas, como a bitcoin. Experts, empresários, consultores e estudiosos discutem possibilidades Discute possíveis usos, lícitos ou não, para a tecnologia.

Banking on Bitcoin

 

Sem título em português: O ‘banco’ com a Bitcoin, tradução livre. Dir. Chris Cannuncciari, 2017.

Versão completa (1h23) em https://bit.ly/2G53Kta

Trailer (2min12) em https://bit.ly/2rCRpag

Por meio de entrevistas e depoimentos, o vídeo é didático para compreender os princípios e a ideologia que fundamentam as critomoedas. A criação, os impactos, os benefícios e as tendência da moeda virtual que podem diminuir ou mesmo eliminar o poderio dos sistemas monetário e financeiro dos países e do mundo. Versão completa na plataforma on demand Netflix.

Nobel da Economia previu moedas virtuais em 1999

Trecho de entrevista (53seg) em https://bit.ly/2KV93z9

 

Em 1999 o economista americano Milton Friedman, prêmio Nobel de Economia em 1976, previu o surgimento das moedas virtuais, dez anos antes de serem criadas de fato. Na mesma entrevista da qual foi extraído esse trecho Firedman também antevê a possibilidade concreta do uso para fins ilícitos das criptomoedas, como, de fato, ocorre hoje.

Serviço:

RFinance

Entre em contato com a RFinance por email contato@rfinance.com.br.

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