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Mercado reduz a previsão de queda do PIB e economia apresenta sinais de gradual recuperação

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Víctor Quaranta, especial para o Click Guarulhos

De acordo com o mais recente levantamento do Banco Central (BC), publicado no dia 10 de julho, a economia brasileira deve terminar o ano de 2020 com uma recessão de 6.10%, o que representa um reajuste, comparado ao levantamento anterior (-6,50%). Para o ano de 2021, é esperado um crescimento econômico de 3,50%, ao passo que em 2022 e 2023, a previsão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é de 2,50%. Os números apresentados são da última edição do Boletim Focus, publicação semanal do BC, com a estimativa dos principais indicadores da economia.

Os dados consultados também apontam um aumento para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020, que passou de 1,63% para 1,72%. Para 2021, a estimativa para inflação não apresentou alteração, permanecendo em 3,00%. Para os anos subsequentes, os números do BC indicam inflação de 3,50% (2022) e 3,25% (2023).

 

Após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, realizada em 17 de junho, fora determinara uma taxa básica de juros (Selic) de 2,25%. A expectativa do mercado era de que o presente número não sofreria outra alteração, mas as estimativas dos investidores, a partir do começo de julho, reduziram a previsão para taxa Selic de 2,25% para 2,00%. Para os próximos anos, a tendência é que a Selic aumente: os números do BC apontam crescimento de 3,00% (2021), 5,00% (2022) e 6,00% (2023).

Dólar e recuperação da economia

O dólar americano deve terminar o ano em R$ 5,20, cotação similar às previsões das quatro semanas anteriores. Para o fim de 2021, a estimativa é de que a moeda norte-americana fique em R$ 5,00, contra previsão de R$ 5,05 da semana passada, escreveu Kelly Oliveira, da Agência Brasil. Para 2022 e 2023, é previsto um câmbio entre R$ 4,80 a R$ 4,85.

Segundo Rafaela Vitória, economista-chefe do setor de Estratégias e Pesquisas Econômicas do Banco Inter, a economia brasileira apresenta seus primeiros sinais de recuperação: após atingir seu pior momento em abril, os dados mais recentes apontam início da recuperação econômica nos meses de maio e junho. Os estímulos monetários têm atuado como contraponto à recessão e  significativa redução no custo das dívidas é importante vetor para retomada dos investimentos no País.

A redução do custo da dívida nacional aumenta a segurança dos credores, diminui as incertezas do mercado e a tendência é a formação de uma nova taxa básica de juros, geralmente mais baixa do que a anterior. Um dos destaques do atual cenário brasileiro é a redução inédita da Selic, que atingiu patamar recorde de 2,25% e deve terminar o ano em 2,00%.

 

A inflação apresentou leve crescimento, mas continua baixa e o cenário de deflação é cada vez menos provável. A desvalorização cambial, em combinação com a elevação do preço internacional do barril de petróleo, resultaram no crescimento dos preços domésticos. Rafaela Vitória acredita que o IPCA deve subir gradualmente, até retornar ao patamar de uns 3,2% (2021). A economista-chefe é do parecer de que o comportamento dos preços domésticos permanece bastante benigno.

Desde o começo do ano, o dólar americano acumula valorização de 35,66%, comparada ao real brasileiro, ao passo que o petróleo WTI apresenta queda de 35,69%, embora tenha valorizado 88,38% e 10,65% nos meses de maio e junho, respectivamente. Comparado ao pico da crise do covid-19 no Brasil, os dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam para uma forte recuperação da confiança na economia, com destaque aos segmentos do comércio, indústria e construção civil. A melhora na expectativa é um forte indício de que ocorrerá uma retomada do crescimento econômico nos próximos meses.

O Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, ainda acumula queda, comparado ao início do mês de janeiro, mas já apresenta expressiva melhora, em consonância com os mercados internacionais – no acumulado do mês de junho, o índice subiu 8,76%, mas está 17,80% menor do que no começo de 2020. Em seu pior momento, o Ibovespa apresentara queda de até -39,96%, mas o desempenho do índice, no segundo trimestre do ano, permite deduzir que o pior momento da crise internacional já passou, ao menos no Brasil.

Na sexta-feira da semana passada (10 de julho), o Ibovespa voltou a superar dos 100 mil pontos, resultado das boas perspectivas para o mercado de ações no Brasil e no mundo. No começo do ano, antes do covid-19 se tornar uma ameaça global, o índice havia chegado ao seu recorde em 118 mil pontos. Segundo Padro Lang, sócio da Valor Investimentos, os mercados estão voltando a deixar os investidores animados, graças aos estímulos monetários despejados nas economias do mundo e aos sinais de uma recuperação econômica mais rápida do que o previsto. Caso sejam mantidas as surpresas positivas, o Ibovespa ficará na margem dos 100 mil pontos e poderá voltar aos 118 mil pontos em pouco tempo, avalia Lang.

Balança comercial e desemprego

 



A balança comercial brasileira continua apresentando resultados positivos, apesar da pandemia, o que deve atenuar a queda do PIB em 2020. A balança teve o segundo superavit mensal da história no mês de junho, com um total de quase U$ 7,5 bilhões, montante próximo da média dos últimos 12 meses, ao passo que as importações sofreram com a alta do dólar e com a queda da demanda interna.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam nova redução de vagas no mercado formal de trabalho, mas já num ritmo decrescente, foram fechadas 331 mil vagas de trabalho em todo Brasil no mês de maio, o que é uma melhora, comparado a abril. A taxa de desemprego está em 12,9%, resultado melhor do que o esperado pelo mercado, graças às medidas de apoio ao emprego, como a suspensão temporária dos contratos e a flexibilização.

Finalmente, os levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o auxílio emergencial teve impacto positivo na poupança, em especial das famílias de baixa renda, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE. O crescimento da poupança foi acompanhado por redução na demanda familiar por crédito, o que indica uma queda do consumo mais acentuada do que a da renda. A poupança deve reaquecer o consumo nas próximas semanas, com a reabertura da economia.

Victor Quaranta é bacharel em Turismo, pela Universidade Anhembi Morumbi e pela Universidade Andres Bello (Santiago do Chile), e estudante de História na Universidade Federal de São Paulo. https://www.facebook.com/vitor.quaranta

Fontes: Agência Brasil, A Gazeta, Banco Central, Banco Inter
foto ilustrativa: produção industrial do Senai/SP

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