O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, anunciou nesta sexta-feira (14) a antecipação de 1,2 milhão de doses de vacina contra Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. A remessa da vacina Comirnaty, produzida pela Pfizer e destinada ao público infantil, deverá chegar ao Brasil no domingo (16). A previsão inicial era que essas doses desembarcariam no Brasil em 20 de janeiro.
A informação publicada no Twitter foi reforçada em reunião do Ministério da Saúde, com a presença do ministro Marcelo Queiroga. O país recebeu na última quinta-feira (13) o primeiro lote dos imunizantes, também no quantitativo de 1,2 milhão de doses. Outras 1,8 milhões de doses devem chegar em 27 de janeiro, totalizando mais de 4,3 milhões de unidades para o mês.
“Em fevereiro temos aproximadamente 7 milhões de doses alocadas e março, 8 milhões de doses“, completou Cruz, durante a coletiva. Na ocasião, o secretário também detalhou a tratativa com a Pfizer para adquirir mais 10 milhões de doses ainda no primeiro trimestre.
“Já há uma sinalização. Respondemos dando o ok, dizendo que o Brasil tem sim interesse, mas ainda não sabemos como isso será distribuído ao longo dos meses. Estamos tentando que tudo isso seja entregue ainda em fevereiro.”
O ministério já havia acordado com a Pfizer o recebimento de 20 milhões de doses pediátricas no primeiro trimestre deste ano. Na última quinta-feira, Queiroga informou que buscava junto à Pfizer mais 10 milhões de doses do imunizante. Nesta sexta-feira, as doses adicionais foram confirmadas e o país terá, no total, 30 milhões de vacinas para crianças no primeiro trimestre.
A vacina para crianças foi autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 16 de dezembro. Houve, entretanto, amplas críticas por parte do presidente Jair Bolsonaro ao imunizante, com uma crise entre ele e o diretor-presidente da agência, Barra Torres, que começou depois que Bolsonaro disse que gostaria de divulgar o nome dos técnicos da Anvisa que aprovaram a vacina para crianças.
Antes de anunciar o cronograma, o Ministério da Saúde abriu consulta pública e audiência pública para discutir a obrigatoriedade da imunização e a necessidade de prescrição médica. Enquanto a questão era discutida, Bolsonaro e Queiroga se manifestaram favoráveis à exigência de prescrição médica para que as crianças sejam vacinadas.
As medidas foram criticadas por especialistas, que disseram que a postura gerava insegurança na população, além de atras no início da vacinação. No fim, o ministério anunciou que a vacinação não seria obrigatória e que não é necessário receita médica para imunizar crianças de 5 a 11 anos.
Defendendo-se das críticas, Queiroga lamentou o que chamou de “narrativas falsas” sobre a demora na entrega das vacinas pediátricas.
“É difícil trabalhar dessa forma”, disse, afirmando que a pasta garantirá imunizantes a “todo pai ou mão que quiser vacinar”. Ele ainda argumentou que “trazer medicações, insumos ou vacinas sem registro na agência sanitária configura crime sanitário. O Ministério da Saúde não faz isso.”