Os cientistas alemães Lorenz Borsche e Bernd Glauner, por conta própria e afirmando não ter interesse pessoal ou econômico, menos ainda com empresas ou governos, debruçaram-se em uma publicação feita na Indonésia, com base em estudo com 780 pacientes de covid-19 e fizeram um resumo das evidências encontradas, apontando que o novo coronavírus afeta com muito maior gravidade pessoas com níveis insuficientes de vitamina D e que pacientes tratados com forte suplementação de vitamina D obtiveram ótimos resultados, reduzindo significativamente o período de internação em UTI, bem como de óbitos. Concluíram que, após correção por idade, sexo e doenças anteriores, o risco de morte chega a ser dez vezes maior para pessoas com deficiência de vitamina D. "O rápido aumento dos níveis de vitamina D em pacientes infectados por covid-19 que tinham índice de vitamina D abaixo de 30ng/ml), bem como suplementação de vitamina D para médicos, equipe de enfermagem e pacientes de risco a um nível sanguíneo saudável de 40-50ng/ml, é o único solução concebível para conter efetivamente a pandemia", na opinião dos autores. Segundo informam, pesquisadores de países asiáticos, como Indonésia, Índia e Filipinas, adotaram a tese da vitamina D e estão apresentando resultados impressionantes. Em mensagem enviada à primeira-ministra Angela Merkel, afirmam: "Estamos em contato pessoal com vários grupos de pesquisa lá. Seus estudos sugerem que uma correlação causal entre níveis de vitamina D e mortalidade em pacientes com Covid-19 é provável. Já foi considerado um suprimento nacional de vitamina D na Alemanha? A Suécia parece estar seguindo esse caminho de forma voluntária", comentam. Acrescentam que a importância da vitamina D para o sistema imunológico é medicamente indiscutível e que é claramente muito baixo seu índice em grande parte da população e especialmente nos grupos de risco dos mais idosos. "Ao menos 30% da população têm deficiência de vitamina D", apontam.

Os dados apresentados no artigo mostram que até 90% das mortes poderiam ser evitadas e que a situação atual poderia ser descrita simbolicamente como uma "pandemia de deficiência de vitamina D". O estudo da Indonésia mostra exatamente o resultado que deve ser esperado com base sobre os antecedentes científicos descritos. "Em concentrações de vitamina D abaixo de 20 ng/ml, um número muito grande de pacientes sucumbe à pneumonia desencadeada pela covid-19. Já em concentrações de vitamina D maiores de 30 ng/ml, a maioria dos pacientes sobrevive e isso com uma correlação estatisticamente muito boa (nenhum caso de morte foi encontrado acima de 34 ng/ml)", relatam. Os autores admitem que não foi possível padronizar as comorbidades dos pacientes pesquisados. "Toda simplificação tem seus limites. Os dados mostram que condições pré-existentes influenciam o curso das infecções. Não é possível dizer com certeza até que ponto a infecção pela covid-19 ou a doença anterior é responsável pela ocorrência da morte. No entanto, os dados disponíveis sugerem que a taxa de mortalidade é significativamente menor, mesmo na presença de condições pré-existentes, quando os níveis de vitamina D são suficientes", contemporizam. No estudo, os pacientes com deficiência de vitamina D (<20ng/ml) foram divididos em três grupos: Um grupo placebo e dois grupos que receberam doses diferentes de vitamina D. A administração única de 250.000 UI de vitamina D foi comparada com a dose única administração de 500.000 UI de vitamina D por injeção. Além disso, os níveis de vitamina D foram aumentados para 45 e 55 ng/ml, respectivamente. Enquanto o tempo de permanência do placebo na UTI foi de 36 dias, o grupo de 250.000 UI foi em média de 25 dias e o grupo de 500.000 UI foi em média de 18 dias. "Esta divisão significa que a vitamina D é útil não apenas na prevenção, mas também em casos agudos", concluem.